Ferrovia volta a ficar adiada
NÃO DEVE SER este Governo a decidir sobre as duas soluções propostas para a ligação ferroviária Aveiro-Vilar Formoso.
“Tão próximo de um ato eleitoral, não deve este Governo tomar decisões que condicionem a liberdade de decisão”, justificou, anteontem, em Vouzela, o secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro.
Isto porque a Comissão Europeia só vai pronunciar-se em julho sobre o estudo, candidatado a fundos comunitários, para avaliar as duas possibilidades: a requalificação da linha da Beira Alta, preparada para dupla bitola (europeia e ibérica) num investimento de 900 milhões de euros, ou a solução defendida por autarquias e associações empresarias, que passa pela construção de uma linha alternativa, de uma só via e com bitola europeia, que ligaria Aveiro, Mangualde, passando por Viseu e Vilar Formoso, no valor de mil milhões de euros.
O governante diz que o estudo pretende saber se os valores apresentados são reais e quanto custa manter a linha da Beira Alta funcional, caso a opção passe pela construção de um novo traçado.
Almeida Henriques, presidente da Câmara de Viseu, considera que “o país real e o país exportador não ganham nada com adiamentos”. Acredita, porém, que a decisão do Governo tem por base “ponderação” e não “ampliar o gigantesco cemitério de estudos milionários que o país criou no passado”, afirmou.