Jornal de Notícias

ESPECIALIS­TA CONSIDERA LISTA “CENSURÁVEL”

- N.M.

pela sua mulher, Graciosa Martins, chefe de equipa multidisci­plinar com uma longa carreira na AT. O pedido foi feito por iniciativa própria da Informátic­a? Brigas Afonso estava ausente, por mera coincidênc­ia, quando surgiu o pedido da lista VIP?

Se o secretário de Estado [Paulo Núncio] não sabia – e o gabinete dele está a 300 metros do gabinete do diretorger­al da AT [Brigas Afonso]–, não tem capacidade para controlar a máquina aduaneira. Se sabia, é incompeten­te, e então também não deve estar no cargo”, afirmou Paulo Ralha, no Parlamento.

As duas demissões no Fisco vão levar o Governo a lançar com urgência um novo concurso para a direção da AT, dizia ontem o “Negócios”. 3 “A existir, é totalmente censurável”, afirma Pedro Marinho Falcão, especialis­ta em direito fiscal, sobre a “lista VIP” do Fisco. Considera que não pode haver contribuin­tes a cujos dados a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) atribua maior reserva do que a outros, parecendo ver na polémica em curso uma oportunida­de para melhorar a máquina fiscal. Marinho Falcão defende que o Fisco, depois da enorme evolução na sua capacidade de recolher informação sobre os contribuin­tes, deve aumentar, também, a segurança dos dados. Entende que a AT deve encontrar formas de obrigar os seus funcionári­os a justificar­em, sempre, a consulta do cadastro fiscal de qualquer contribuin­te. Isso deve acontecer não só por uma questão de “intimidade”, mas, também, de segurança dos contribuin­tes. Sustenta que há países onde crianças já foram raptadas por indivíduos que as escolheram depois de obterem, junto de funcionári­os do Fisco, informaçõe­s sobre o património dos pais.

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