Crise angolana trava remessas para Portugal
Emigrantes enviaram em janeiro o valor mais baixo em três anos
AS DIFICULDADES de transferência de dinheiro de Angola para Portugal verificadas no início do ano traduziram-se numa redução de 24,5% nas remessas dos emigrantes portugueses naquele país, em janeiro, face a igual mês do ano passado. Foi o quarto mês consecutivo de queda.
De acordo o Banco de Portugal, os portugueses em Angola enviaram 15,2 milhões de euros, o valor mais baixo em três anos.
Os números reportam-se a um mês marcado pelas dificuldades na transferência de divisas e pelos pagamentos em dólares aos fornecedores estrangeiros que vendem os seus bens e serviços para Angola, e num cenário económico marcado pela revisão do Orçamento do Estado e pela forte descida não só do preço do petróleo, mas também das receitas fiscais de Angola. O petróleo é a principal fonte de receitas e de divisas daquele país africano.
Já em sentido inverso, ou seja, contabilizando o dinheiro enviado pelos angolanos a trabalhar em Portugal, deu-se uma fortíssima subida: as re- messas passaram de 930 mil euros em janeiro de 2014 para 2,3 milhões de euros em janeiro deste ano, representando um aumento de 149%.
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No total, as remessas dos emigrantes portugueses espalhados pelo Mundo subiram 14,6% para 261,8 milhões de euros em janeiro.
Os portugueses em França continuam a ser os mais emissores de verbas para o território nacional, tendo aumentado os valores em 16,1%, que passaram de 68,6 milhões em janeiro do ano passado para 79,6 milhões de euros em janeiro deste ano.
Em sentido inverso, ou seja, dos estrangeiros a trabalhar em Portugal, as verbas enviadas para os seus países desceram 10,8% para 44 milhões de euros.