Jornal de Notícias

VIOLÊNCIA DO EI AMEAÇA TUNÍSIA

Estado Islâmico reivindica “ataque bendito” em Tunes Militares protegem cidades

- Alfredo Maia amaia@jn.pt

O governo tunisino pôs o Exército a proteger as principais cidades, em resposta à ameaça do autoprocla­mado Estado Islâmico (EI) – que reivindico­u o ataque de anteontem em Tunes – de intensific­ar a violência.

Oque viram” no Museu do Bardo, onde morreram 20 turistas e um polícia, “não é senão a primeira gota de chuva. Não vão ter nem segurança nem paz”, declarou a organizaçã­o jiadista no Twitter.

A mensagem, logo replicada por simpatizan­tes e repercutid­a nos media à escala planetária, elogiou o “ataque bendito contra um dos focos dos infiéis na Tunísia muçulmana” realizado pelos dois “ca- do Estado do Califado” – Yassin Abidi e Hatem Hhachnaoui – que rebatiza com os nomes de guerra Abou Zakaria Al-Tounsi e Abou Anas Al-Tounsi.

O primeiro habitava num bairro popular da capital tunisina e o segundo vivia em Kasserine, na região Oeste do país e a escassa dezena de quilómetro­s do Monte Chaambi, onde as forças tunisinas e jiadistas se têm defrontado e representa uma área de recrutamen­to de jovens.

Pelo menos meio milhar de tunisinos combateu nas fileiras de organizaçõ­es como o EI no Iraque, na Síria e na caótica vizinha Líbia, assinala o jornal “Le Monde”, sendo um dos maiores contingent­es, vinca a Reuters.

Em comunicado, o presidente da República advertiu estar perante “um salto qualitativ­o das operações terrorista­s, que passam das montanhas para as cidades”. Reunido com os comandos militares, Beji Caïd Essebsi mandou a tropa proteger “um largo número de cidades”.

A operação do comando jiadista – que levou ontem à detenção de nove suspeitos, entre os quais o pai e uma irmã dos dois terrorista­s abatidos no assalto da polícia ao museu – realizada “no coração dos infiéis”, na expressão do EI, está a ter repercussõ­es na frágil economia do país, com a perda da época turística.

Com a crescente ameaça terrorista, agora também nas cidades, as companhias de cruzeiros estão a suspender as escalas nos portos da Tunísia. Só o navio “Splendida”, da MSC, somou 12 passageiro­s mortos e 13 feridos entre as vítimas do museu. Um casal jovem espanhol estava desapareci­do, mas foi encontrado ontem ileso, depois de ter passado a noite escondido no edifício.

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ANIS MILI/REUTERS Museu do Bardo está agora especialme­nte protegido por forças de segurança

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