VIOLÊNCIA DO EI AMEAÇA TUNÍSIA
Estado Islâmico reivindica “ataque bendito” em Tunes Militares protegem cidades
O governo tunisino pôs o Exército a proteger as principais cidades, em resposta à ameaça do autoproclamado Estado Islâmico (EI) – que reivindicou o ataque de anteontem em Tunes – de intensificar a violência.
Oque viram” no Museu do Bardo, onde morreram 20 turistas e um polícia, “não é senão a primeira gota de chuva. Não vão ter nem segurança nem paz”, declarou a organização jiadista no Twitter.
A mensagem, logo replicada por simpatizantes e repercutida nos media à escala planetária, elogiou o “ataque bendito contra um dos focos dos infiéis na Tunísia muçulmana” realizado pelos dois “ca- do Estado do Califado” – Yassin Abidi e Hatem Hhachnaoui – que rebatiza com os nomes de guerra Abou Zakaria Al-Tounsi e Abou Anas Al-Tounsi.
O primeiro habitava num bairro popular da capital tunisina e o segundo vivia em Kasserine, na região Oeste do país e a escassa dezena de quilómetros do Monte Chaambi, onde as forças tunisinas e jiadistas se têm defrontado e representa uma área de recrutamento de jovens.
Pelo menos meio milhar de tunisinos combateu nas fileiras de organizações como o EI no Iraque, na Síria e na caótica vizinha Líbia, assinala o jornal “Le Monde”, sendo um dos maiores contingentes, vinca a Reuters.
Em comunicado, o presidente da República advertiu estar perante “um salto qualitativo das operações terroristas, que passam das montanhas para as cidades”. Reunido com os comandos militares, Beji Caïd Essebsi mandou a tropa proteger “um largo número de cidades”.
A operação do comando jiadista – que levou ontem à detenção de nove suspeitos, entre os quais o pai e uma irmã dos dois terroristas abatidos no assalto da polícia ao museu – realizada “no coração dos infiéis”, na expressão do EI, está a ter repercussões na frágil economia do país, com a perda da época turística.
Com a crescente ameaça terrorista, agora também nas cidades, as companhias de cruzeiros estão a suspender as escalas nos portos da Tunísia. Só o navio “Splendida”, da MSC, somou 12 passageiros mortos e 13 feridos entre as vítimas do museu. Um casal jovem espanhol estava desaparecido, mas foi encontrado ontem ileso, depois de ter passado a noite escondido no edifício.