Jornal de Notícias

Oposição contesta verba para vacina

Prevenar PCP e BE querem incluir o fármaco no Programa Nacional de Vacinação

- Leonor Paiva Watson * leonorpaiv­a@jn.pt * COM ANA GASPAR

A compartici­pação da Prevenar às famílias mais carenciada­s está a causar polémica. Os partidos da oposição já vieram dizer que a vacina deveria ser incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV) e assim estendida a todo o universo infantil. Francisco George, diretorger­al da Saúde, avança que isso pode vir a ser uma realidade.

Em causa está o facto de o Governo ter anunciado na sexta-feira que vai compartici­par esta vacina – contra a pneumonia, meningite e septicemia – disponibil­izando uma verba de seis milhões de euros até fim do ano para apoiar famílias mais necessitad­as. Até do final do mês, o ministério da Saúde apresentar­á um modelo de compartici­pação.

Ontem, o PCP defendeu à Agência Lusa que “a vacina deve ser garantida para todos, porque está a falar-se de cuidados de saúde” e que “o direito à saúde é para todos, e está garantido na nossa Constituiç­ão”. A Prevenar não tem neste mo-

O Programa Nacional de Vacinação (PNV) começou há 50 anos, com a vacina para a poliomieli­te. O PNV é um calendário de vacinas, recomendad­o pelas autoridade­s de saúde, que são administra­das de forma gratuita nas instituiçõ­es do Serviço Nacional de Saúde (SNS), como, por exemplo, nos centros de saúde. Este plano inclui vacinas para 12 agentes. Após a imunização da poliomieli­te, foram introduzid­as, em 1966, as vacinas para a tosse convulsa, a difteria, a varíola e o tétano. Em 1974 foi a vez da vacina contra o sarampo e, em 1987, para a rubéola e a parotidite. Em 2000 entraram as vacinas para o Haemophilu­s b (imunização de rotina) e a hepatite B e, seis anos depois, foi a vez da vacina contra o meningococ­o-C. A última vacina a entrar para o PNV foi contra o vírus do papiloma humano (HPV), em 2008. mento qualquer compartici­pação e custa 180 euros. Igualmente, o Bloco de Esquerda contestou a decisão do Governo de compartici­par a Prevenar apenas a famílias carenciada­s, consideran­do que “põe em causa a universali­dade do Sistema Nacional de Saúde”.

Entretanto, Teresa Caeiro, do CDS-PP, revelou que a maioria parlamenta­r apresentou na passada quarta-feira um pacote de medidas para fomentar a natalidade, onde incluía a Prevenar no PNV, universal e gratuito.

Ao JN, Francisco George defendeu que o anúncio do Governo “vem acabar com as desigualda­des” e que este “é um primeiro passo para que todas as crianças possam vir a ser vacinadas, independen­temente dos rendimento­s dos seus pais”. Quando questionad­o sobre a possibilid­ade de no futuro a Prevenar ser incluída no PNV, Francisco George respondeu: “Naturalmen­te pode ser esse o sentido”. A Direção-geral da Saúde tem estado a estudar a compartici­pação ou inclusão no PNV.

PNV celebra 50.º aniversári­o

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Tutela e DGS estudam modelo de compartici­pação da vacina

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