De visitas na Casa da Música
Enchente 10.º aniversário da instituição juntou nos últimos 4 dias mais de 39 mil pessoas para vários concertos
”Ei! Isto é um meteorito?”. Uma loira menina, interrogativa e curiosa, dirigindose boquiaberta à mãe, ambas quase a chegar à Casa da Música (CdM), ontem de tarde, no último dos quatro dias de “Casa aberta”, no âmbito do 10.º aniversário da instituição. Desde quinta que o programa ofereceu vários concertos gratuitos.
A organização revelou que nos últimos quatro dias, a CdM recebeu mais de 39 mil pessoas. O concerto com maior adesão, segundo a mesma fonte, foi o de Tricky, na noite de anteontem. Capicua e Best Youth atuaram de seguida, naquele que foi o dia mais lotado da iniciativa, com mais de 15 mil espectadores.
Os “ReTimbrar” deram um dos primeiros concertos da tarde de ontem, no exterior da CdM, com um alegre e dançável concerto de percussão. “As pessoas estavam todas animadas. Devia haver mais iniciativas destas. Gostei muito do concerto”. Palavras de Mafalda Araújo, de 27 anos. A jovem levou a amiga Mónica Mendes, de 33 anos, de propósito para assistiu ao concerto pois ambas já conheciam o grupo. “Gosto muito desta ‘Casa aberta’. A CdM não é, infelizmente, acessível a toda a gente em termos de preços de bilheteira. Com estes eventos gratuitos, atrai-se mais gente. Há mais interatividade entre a arte e o público. Pessoas que não costumam cá vir, têm aqui uma oportunidade para experimentar”, afirmou Mónica Mendes. Relativamente à questão levantada pela jovem, a organização esclareceu ao JN que a política de preços praticada no espaço é mais positiva e abrangente do que se possa pensar, devido às muitas alternativas de descontos disponíveis.
Incontáveis foram as pessoas, de todas as idades, a passear entusiasticamente pelos interiores da casa desenhada por Rem Koolhaas. A maior presença musical da tarde de ontem foi dos grupos escolares de música, como a performance dos alunos da Academia Costa Cabral, com clarinetes, um quinteto clássico e um duo de contrabaixos. “Oh! Já acabou? Queria mais!”, diz um jovem para os pais quando o concerto acabava. “Para o ano pode ser que haja mais”, responderam.