David contra Golias em Munique
Lopetegui diz que o F. C. Porto vai defrontar uma das melhores equipas da história
Seis dias depois, o F. C. Porto volta a ter pela frente uma missão que só os grandes conseguem cumprir. Mesmo com os dois golos de vantagem conseguidos na primeira mão (3-1), defrontar o Bayern na Allianz Arena é sinónimo de problemas e os dragões terão de voltar a superar-se para chegarem ao fim do jogo com o passaporte para as meias-finais da Champions League nas mãos. A margem de manobra é curta e os 90 ou 120 minutos serão longos, embora a partida da semana passada tenha provado que há na equipa bávara pontos fracos a explorar.
Sem qualquer golo sofrido nos quatro jogos em casa da presente edição da liga milionária, os campeões alemães ainda se debatem com lesões e a instabilidade dos últimos dias pode ter reflexos, se as coisas não lhes começarem a correr bem. Já com Schweinsteiger disponível, a equipa de Guardiola continua a ser muito poderosa no ataque e no domínio da posse de bola, sendo certo que o F. C. Porto não poderá cometer erros, se quiser evitar que o Bayern se junte ao lote de sete equipas que já conseguiram dar a volta a uma desvantagem de dois golos numa eliminatória da Champions.
Sem poder contar com os dois habituais laterais, Danilo e Alex Sandro, de fora devido aos cartões amarelos vistos na primeira mão, o que obrigará a utilizar Ricardo Pereira na direita e a adaptar Martins Indi à esquerda, Julen Lopetegui tentará repetir a receita que deu frutos no Dragão. Pressionar o Bayern na saída de bola e aproveitar qualquer desatenção poderá valer aos por- tistas o golo ou os golos que complicarão imenso a vida aos alemães e poderão tornar realidade o sonho da sétima meia-final europeia para o clube.
A tradição em Munique até nem é muito negra para o F. C. Porto, que empatou 1-1 em 1991 e perdeu 2-1 em 2000, ainda no Estádio Olímpico, dois resultados que dariam o apuramento à equipa portuguesa no jogo de hoje. A estreia na imponente Allianz Arena, onde Portugal perdeu para a França a meiafinal do Mundial 2006 e onde o Sporting foi cilindrado por 7-1 em 2009, constitui mais um teste de fogo à capacidade de uma equipa que tem sido a cinderela desta Champions. Numa noite de emoções fortes, vai ser precisa muita coragem...