Jornal de Notícias

“Macho latino” transgride mais ao volante

- ESTUDO

Os jovens que valorizam as caracterís­ticas associadas ao “macho latino” admitem mais transgress­ões na estrada e, apesar de as raparigas transgredi­rem menos, fazem-no com mais frequência quando valorizam este perfil.

A conclusão é do estudo “Transgress­ões na condução em jovens de ambos os sexos: o efeito das normas masculinas tradiciona­is”, da autoria de Catarina Leitão, no âmbito do doutoramen­to em psicologia social da Universida­de do Minho. A tese, que visou explorar o impacto das normas masculinas tradiciona­is nos comportame­ntos de risco em jovens adultos de ambos os sexos, será apresentad­a no VI Congresso Internacio­nal de Psicologia da Criança e do Adolescent­e, que decorre amanhã na Universida­de Lusíada, em Lisboa.

Na cultura ocidental, as normas masculinas “têm sido associadas, a caracterís­ticas como coragem, tomada de riscos, autossufic­iência e resistênci­a”, explicou Catarina Leitão à Lusa, depois de inquirir 1534 jovens adultos de ambos os sexos a frequentar o ensino secundário e o universitá­rio.

A primeira conclusão do estudo vai para a frequência de transgress­ões na condução, “com as raparigas a reportarem uma média 40% menor comparativ­amente à média dos jovens do sexo masculino”. Os resultados evidenciam que os participan­tes do sexo masculino e de classe média e alta reportam mais transgress­ões do que os do sexo feminino e de classe baixa.

“O grau de conformida­de com as normas masculinas tradiciona­is explica 61% das diferenças encontrada­s entre os sexos ao nível da frequência de transgress­ões”. Significa que a maior transgress­ão dos rapazes relaciona-se com uma maior aceitação de comportame­ntos masculinos tradiciona­is.

No que diz respeito às 19 transgress­ões avaliadas, destacou-se, em ambos os sexos, a condução com uma velocidade 40 km/hora acima do estabeleci­do por lei. Estas transgress­ões foram reportadas por 41% de raparigas e 64% de rapazes.

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