Jornal de Notícias

Pedida absolvição para gestores de construtor­a

- VIANA DO CASTELO ANA PEIXOTO FERNANDES

O Ministério Público (MP) pediu ontem a absolvição de quatro empresário­s num caso de alegada má-fé na venda de ativos em Moçambique da construtor­a Aurélio Martins Sobreiro (AMS) de Viana do Castelo declarada insolvente em outubro de 2012.

Após ter deduzido acusação com base numa queixa-crime apresentad­a pelo administra­dor de insolvênci­a, Nuno Oliveira da Silva, que lançava suspeitas do “desapareci­mento” dos referidos ativos, cinco meses antes da insolvênci­a, pela mão de três dos seus administra­dores e um dos gerentes, o MP considerou que “não se conseguiu fazer o mínimo de prova dos factos que sustentam a acusação”.

Os arguidos remeteram-se ao silêncio e foi ouvido Oliveira da Silva, cujo depoimento, segundo a procurador­a da República, “se ficou pelas dúvidas e pelas suspeitas”, além de duas testemunha­s.

Os administra­dores Maurício e José Sobreiro, e Gonçalo Ribeiro são suspeitos, de, em coautoria com José Borlido, “terem feito “desaparece­r” ativos da antiga construtor­a, em Moçambique, avaliados em “cerca de 5 milhões de euros”. Em causa está, de acordo com a acusação, a cedência por “apenas 250 mil euros” da posição maioritári­a na sociedade moçambican­a que estaria “avaliada em 3 milhões de euros”. E ainda a venda a um cidadão albanês, por 150 mil euros, de um imóvel naquele país, que valeria “pelo menos 1,6 milhões de euros”. Os administra­dores, estão acusados do crime de insolvênci­a dolosa agravada, um deles em coautoria. A José Sobreiro é também imputado o crime de abuso de confiança agravado. A sentença do caso está marcada para 30 de abril.

A AMS foi declarada insolvente a 31 de outubro de 2011, quando 870 credores reclamavam uma dívida na ordem dos 31,3 milhões de euros. Os cerca de 300 ex-trabalhado­res da empresa reclamam créditos no valor de 2,8 milhões de euros, nomeadamen­te salários e subsídios em atraso à data da insolvênci­a. Segundo Nuno Oliveira da Silva, este créditos deverão começar a ser liquidados em maio.

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Maurício Sobreiro (à direita) e José Borlido, à saída do tribunal de Viana

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