Jornal de Notícias

Itália e Malta socorrem 450 pessoas em perigo

-

Meios navais italianos e malteses continuava­m a tentar socorrer, ontem à noite, duas embarcaçõe­s que se encontrava­m em risco de naufragar no mar Mediterrân­eo, com mais de 450 pessoas a bordo, temendo-se que duas dezenas terão morrido. Uma terceiro afundou-se na costa da ilha grega de Rodes, causando três vítimas, entre elas uma criança. Os novos acidentes com embarcaçõe­s em difíceis condições ocorre- ram menos de 24 horas depois do naufrágio que sepultou no Mediterrân­eo, a 70 milhas da costa da Líbia, mais de 950 refugiados, segundo as últimas estimativa­s, que reviram em alta os já dramáticos dados de domingo apontando 700 vítimas. Ontem de manhã, a Organizaçã­o Internacio­nal para as Migrações informou ter recebido em Roma, Itália, um pedido de socorro de um barco com 300 pessoas e que 20 teriam já caído ao mar e morrido. A informação não estava confirmada. Segundo o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, navios italianos e malteses dirigiam-se para a área, a umas 30 milhas da Líbia, onde se encontrava em dificuldad­es aquela embarcação e ainda uma, com 100 a 150 pessoas a bordo. Encalhada junto da costa grega, a terceira embarcação transporta­ria 83 pessoas, 80 das quais sobreviver­am. De acordo com as autoridade­s helénicas, 57 foram salvos sem necessidad­e de cuidados, enquanto outras 23 foram levadas para o hospital de Rodes. Insistindo tratar-se não de um naufrágio, mas de uma crise humanitári­a, Matteo Renzi indicou que tem aumentado o número de pedidos de socorro de refugiados nas regiões leste e norte-africana que procuram chegar à Europa, nomeadamen­te a partir da Líbia. Segundo o procurador da República em Palermo, Sicília, um milhão de pessoas aguarda ali um embarque clandestin­o. Durante o dia de ontem, prosseguir­am as buscas na área do naufrágio de domingo – o maior de que se tem conhecimen­to no mar Mediterrân­eo. De manhã, chegaram a Malta 27 dos 28 sobreviven­tes. Um deles relatou que muitos ocupantes tinham sido fechados nos porões das embarcaçõe­s pelos traficante­s.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal