Quatro dias de rock no Porto
Zé Pedro dos Xutos escolhe musicais e concertos no Rivoli
Transportar para o Teatro Rivoli uma pequena parte da atividade artística febril que percorre o Centro Comercial Stop, local de ensaios de uma centena de bandas e 400 músicos, no Porto, é o objetivo do “Foco rock”. O ciclo de música, cinema e documentários arranca hoje e prolonga-se até domingo, no Teatro Rivoli, reafirmando a Invicta “como capital nacional do rock’n’roll”, nas palavras do vereador da cultura da autarquia, Paulo Cunha e Silva.
Zé Pedro, comissário do ciclo, não escondeu a admiração por “um polo criativo sem paralelo em Portugal”, que poderá dar origem a “futuros ícones”. Para as próximas quatro noites, o guitarrista dos Xutos selecionou outros tantos documentários de bandas emblemáticas das últimas quatro décadas: Clash, Pearl Jam, Foo Fighters e LCD Soundsystem. No final de cada exibição, quatro projetos nascidos das entranhas do Stop (Black House of Wolves, Meu General & Os Delatores, Pulha Seltzer e Holy Nothing) sobem ao palco para mostrar a sua música ao público presente.
“Quatro pedaços da história do rock”, os filmes que Zé Pedro escolheu contêm também mensagens importantes para as novas bandas, como “um sentido forte de entreajuda”, explicou.
O encerramento do ciclo far-se-á na noite de sábado, no grande auditório do Rivoli, com o espetáculo “A liberdade do som”, que reúne alguns dos mais destacados músicos do Porto, como Alexandre Soares, Ana Deus, António Serginho, João Pedro Coimbra e Manel Cruz.
O líder dos extintos Ornatos Violeta está também fortemente ligado ao movimento do Stop, embora, quando questionado pelo JN na conferência de imprensa de apresentação do evento, tenha rejeitado um estatuto especial. “Sou apenas mais um que está disponível para ajudar”, frisou, acrescentando que “aquilo que os músicos ligados ao projeto mais ambicionam são sobretudo melhores condições de trabalho”.