Fantasmas, volframistas, pugilistas e mais bizarrias
O Theatro Circo começou a ser pensado em 1906 e foi construído com investimento totalmente privado. Foi construído entre 1911 e 1914, ficou com lotação para 1500 lugares. Foi considerado um dos mais belos e maiores teatros portugueses e “a mais bela sala de espetáculos do Minho”.
No terreno onde está o Theatro Circo existia o Convento dos Remédios, demolido entre 1908 e 1911. Por isso, diz-se que o Theatro é assombrado pelo fantasma de uma freira. “E já nos foi sugerida a deteção do ‘fantasma’ com aparelhos sensíveis a atividade paranormal”, diz a Administração
O arquiteto responsável pela obra foi João de Moura Coutinho de Almeida d’Eça. O projeto do Arquiteto Marques da Silva (autor do Teatro São João e da casa e dos jardins de Serralves) para o Theatro Circo foi recusado por exceder a verba em 30 contos de réis.
Sendo administrado por republicanos – e de sensibilidade conservadora – optou-se pelo antigo acordo ortográfico escolhendo o ‘th’ para Theatro.
Na sala principal, a tela da cúpula é da autoria de Benvindo Ceia (1915) e representa a duração de um dia, desde o nascer do sol até ao entardecer.
A porta da galeria par chamava-se “porta do cavalo”, pois era por aí que os animais entravam para os espetáculos de circo. O 3.º balcão não tinha cadeiras e era ocupado por pessoas com menos posses, por isso chamava-se ‘galinheiro’ ou ‘chega para lá’.
Os combates de pugilismo encenados eram frequentes. Num desse combates, nos anos 50, os pugilistas zangaram-se, saíram do ringue, foram pela plateia fora e continuaram o combate na rua.
Em 1939, alguns “volframistas” (exploradores de minas de volfrâmio) bracarenses, muito abastados, alugavam camarotes só para si e acendiam cigarros com notas de 500 escudos.