Kraftwerk: as máquinas têm coração

150 minutos de concerto, mais de 20 faixas tocadas e intenso arremesso de imagens para a plateia. Não consta que alguém tenha saído desiludido do Coliseu no domingo, no primeiro dos dois concertos dos Kraftwerk em Portugal (ontem atuaram na Casa da Música, no Porto). Como é habitual, o quarteto alemão ficou imóvel durante o concerto. A dinâmica centrou-se na música geométrica e nas imagens saídas de uma enormíssima tela, que o público visionava com óculos 3D. Mas o efeito tridimensional, verdade seja dita, deixou a desejar: não se sentiu profundidade de campo – exceção para “Spacelab”, com o público atordoado com a imagem de um OVNI que parecia galgar o ecrã e viajar no meio da sala. Os estrategas de quase toda a pop de raiz eletrónica visitaram várias fases da carreira. O álbum “Radio-Activity” (1975) foi o mais tocado, com 5 peças, entre elas uma versão estupenda de “Ohm sweet ohm”. O público foi mais recetivo a “Computer world”, “The man machine”, “Trans europe express” ou a incontornável “Autobahn”. O poeta Herberto Helder, falecido no mês passado, vai ser alvo de uma sessão especial no Cinema Medeia Monumental, em Lisboa, na próxima segunda feira, que incluirá a exibição de dois filmes e a leitura de poemas. O programa chama-se “Memória, montagem” e começará às 21 horas, com uma intervenção da ensaísta Rosa Maria Martelo. A candidatura dos “Caminhos de Fátima” a Itinerário Cultural Europeu está em preparação. Já se chegou a acordo para a criação do primeiro troço oficial para peregrinos a pé entre Porto e Fátima, para “melhorar as condições de peregrinação a pé até ao Santuário de Fátima, em termos de segurança, conforto e apoio”, adiantou o santuário.