Tragédia no Nepal atinge 20 portugueses
Alpinistas do Porto e de Coimbra estão a descer Himalaias. Sismo fez mais de quatro mil mortos
Duas dezenas de portugueses foram ontem confirmados como estando no Nepal na altura do sismo de sábado que causou mais de quatro mil mortes e mais de 7500 feridos, segundo os últimos dados, mas nenhum deles sofreu qualquer ferimento – assegurou ao “Jornal de Notícias” o secretário de Estado das Comunidades.
De acordo com José Cesário, que tem estado em contacto com a embaixada na Índia, que está ligada a vários consulados estrangeiros em Katmandu, a capital nepalesa, os 20 cidadãos portugueses estavam em vários locais do país, mas apenas dois ou três são residentes.
Cinco cidadãos, que integravam uma missão empresarial, saíram entretanto do Nepal, onde permaneciam ontem membros de organizações não governamentais (ONG), turistas e alpinistas. Alguns recolheram a consulados como os de Espanha e do Reino Unido.
Segundo o testemunho de um dos turistas à Rádio Renascença, apesar do caos nas ruas de Katmandu, o consulado espanhol oferece segurança, alimentos e água suficiente. Descrevendo o “tempo interminável” do abalo, Pedro Queirós disse que estava na rua com um amigo quando a terra começou a tremer e que escaparam por se terem colocado sob uma ombreira.
Ilesa e já a descer para regressar a Katmandu está uma equipa de alpinistas do Porto e Coimbra que se encontrava nos Himalaias na altura do sismo. “Estavam longe do que aconteceu, sentiram o terramoto mas não foram atingidos por nenhuma avalanche, estão todos bem e a realizar a atividade como o previsto”, assegurou ao JN Anabela Vieira, a mulher do líder do grupo, Pedro Guedes.
A missão visava o cume Jomson Himal, com 6335 metros de altitude, na zona do Damodar Himal, mas as condições meteorológicas terão impedido o objetivo, ficando nos 5480, precisou um dos membros da equipa, Luís Almeida, em mensagem à Lusa.
Segundo Anabela Vieira, a equipa – composta por dois elementos do Porto, um de Coimbra e outro de Lisboa – já estava a descer no momento do abalo e teria chegado à aldeia de Tal, devendo caminhar mais dois dias até chegar a Bhulbhule, de onde viajará para Katmandu. Para Luís Almeida, que foi aos Himalaias pela quarta vez, a expedição “já era assumidamente de grande aventura, pois a zona é pouco conhecida e muito remota”.