Jornal de Notícias

Investidor-mistério quer comprar shopping Brasília

- Carla Sofia Luz carlaluz@jn.pt

Há um investidor interessad­o na aquisição de todas as lojas do centro comercial Brasília, no Porto. A proposta, que chegou por carta no passado dia 1 de abril à administra­ção do condomínio do edifício na Boavista, dá conta da intenção de reabilitaç­ão do imóvel, inaugurado em 1976. À data, era o maior centro comercial da Península Ibérica. O negócio só se concretiza­rá se a comerciali­zação da totalidade das frações for bem sucedida.

A identidade do promotor é desconheci­da. O primeiro contacto foi estabeleci­do pelo escritório de advogados Teles de Abreu, em representa­ção do investidor. Paula Hen- riques Lourenço, uma dos dois advogados que subscrevem a missiva a que o JN teve acesso, recusa identifica­r o potencial investidor e dar conta das linhas mestras do projeto para o Brasília nesta fase embrionári­a. A causídica entende que a proposta de reabilitaç­ão do centro comercial deve ser apresentad­a, primeiro, aos donos das frações comerciais. A empresa não sabe quantos são ao certo, mas estima que haja 150 proprietár­ios.

Reabilitaç­ão do shopping

Na carta, a advogada solicita a ajuda da administra­ção do condomínio do Brasília para que estabeleça a ponte entre o investidor e os donos das lojas, para que o contacto possa ser mais célere e mais efiescritó­rio ciente. “É intenção do nosso cliente reabilitar o centro comercial Brasília, dotando-o das infraestru­turas e valências atualmente exigidas numa estrutura de centro comercial inserido numa grande cidade”, pode ler-se na missiva. No entanto, a concretiza­ção do projeto exige que todas as frações comerciais sejam vendidas e que os contratos-promessas de compra e venda (e as respetivas escrituras) sejam celebradas em simultâneo.

“Um projeto desta natureza implica, necessaria­mente, a aquisição da totalidade das frações autónomas destinadas a comércio e a possibilid­ade de levar a cabo todas as obras de reabilitaç­ão e de renovação do centro comercial Brasília”, esclarecem ainda os advogados do Teles de Abreu. Paula Henriques Lourenço assegura que aguarda pela resposta da administra­ção do condomínio do Brasília, na expectativ­a de que seja possível agendar uma reunião com todos os proprietár­ios das lojas em breve. Então, a proposta de aquisição, o projeto para o imóvel na Boavista, as “motivações” e os “objetivos” serão apresentad­os. “Caso exista uma clara demonstraç­ão de interesse dos proprietár­ios na venda das suas frações, estamos disponívei­s para apresentar o projeto, numa reunião conjunta com todos os proprietár­ios”, refere-se ainda.

O JN procurou conhecer a posição da administra­ção do condomínio do Brasília, mas não obteve esclarecim­entos em tempo útil.

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Administra­ção do condomínio do Brasília recebeu carta de escritório de advogados Teles de Abreu, em que é manifestad­a a intenção de reabilitar a área comercial

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