Teorias da conspiração numa sombra dos tempos gloriosos
“Bem vestida e petulante”, “a rapariguinha do shopping”, se hoje descer “pela escada rolante com uma revista de bordados”, será um múltiplo contrassenso. Porque de rapariguinha nada terá, essa ficou no tempo em que Rui Veloso e Carlos Tê puseram o Brasília no imaginário do país, e porque o centro é menos do que sombra dos anos dourados, quando nada mais do género havia no Porto. Lojas vazias muitas, pouco frequentadas muitas outras. Proprietários dos velhos tempos, alguns. Herdeiros interessados em vender, bastantes. Aí entronca a teoria da conspiração ouvida a lojistas, que falam à boca pequena e pedem reserva de identidade. Surgir alguém interessado em comprar tudo aquilo será, para
Lojistas dizem estar habituados a boatos e sugerem que o comprador-mistério pode não existir
os que querem vender as suas frações e não conseguem, uma ansiada salvação. E há quem lembre que esta poderá ser uma forma de a administração do condomínio conquistar simpatizantes, pois haverá eleições brevemente. Há muitos anos movendo-se no meio de rumores, boatos e outras fantasias, os lojistas que ouvimos, regra geral, duvidam que o comprador misterioso exista mesmo, notando até que, como basta que um ou outro não venda, é fácil o negócio cair por terra e o benemérito nem chegar a dar a cara. É que nem tudo ali são pequenos comerciantes. Também a Caixa Geral de Depósitos ou a PT, por exemplo, estão no pacote.