Jornal de Notícias

Não entram doentes para listas de obesidade

Dia Nacional Associação de Doentes denuncia a falta de aceitação de utentes para primeiras consultas nos centros públicos para cirurgia

- Filomena Abreu sociedade@jn.pt

A maioria dos 19 centros públicos onde podem ser feitas cirurgias da obesidade não está a receber candidatos para primeiras consultas. O alerta é da Associação de Doentes Obesos e Ex-Obesos de Portugal (Adexo), segundo a qual essa é a razão pela qual ninguém se atreve a avançar números de listas de espera.

“A maioria parou a primeira consulta, porque o atual Ministério da Saúde orçamentou zero para o programa de combate à obesidade”, revolta-se Carlos Oliveira, da Adexo, garantindo que a redução das listas de espera é falsa, “porque não metem ninguém” nelas. O Hospital de S. João, no Porto, é responsáve­l por cerca de metade das cirurgias feitas em Portugal. E registava, a 30 de abril, 191 utentes em lista de espera. Ora, no ano passado tinha feito 330 cirurgias. Outro dado curioso é o facto de apenas 2,13% dos utentes dos centros de saúde estarem registados como obesos, num país onde a doença tem dos piores registos da Europa: os últimos dados do Programa Nacional para a Promoção da Alimentaçã­o Saudável, da Direção-Geral da Saúde, apontam cerca de um milhão de adultos obesos, 3,5 milhões de préobesos e 53% com excesso de peso.

O responsáve­l pelo programa, Pedro Graça, fala numa estabiliza­ção nas taxas infantis desde 2008, havendo (em 2010) cerca de 32% de crianças de sete anos com excesso de peso e perto de 15% com obesidade. Ainda assim, Portugal está longe do norte da Europa, onde o excesso de peso anda pelos 23%.

No dia nacional e europeu dedicado à doença, o alerta vai para a necessidad­e de exercício.

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