De romaria em romaria com as casas às costas
Frigorífico, arca congeladora, fogão com forno, ar condicionado, cabina de duche, máquina de lavar roupa, televisão por satélite e vários quartos. Nada falta nas “casas” móveis dos feirantes, que ganham a vida, entre março e outubro, a percorrer as várias romarias do país. Algumas são autênticos apartamentos criados em contentores de camiões TIR, com mobílias completas de quarto e de sala, janelas com persianas e alpendres. Outras são caravanas mais modestas, onde os feirantes fazem as refeições e descansam durante a noite. Por estes dias, estão no Senhor de Matosinhos, uma das maiores romarias do país.
Longe vão os tempos em que se dormia no chão dos carrosséis ou dentro das barracas das louças. Lucinda da Luz, contudo, não os esquece. Eram tempos difíceis. “Dormíamos dentro da cabina do carrossel e até debaixo do camião”, recorda a proprietária do Pavilhão Fantasma. “Agora, faço tudo na minha rulote. Até tenho cabina de duche e máquina de lavar
Cães funcionam como alarme
“Esta vida é um desgaste tremendo. É só para quem tem um certo gosto!”, vinca António Costa, incapaz de esquecer os tempos em que dormia no chão da sua barraca de louças. Era assim que os feirantes protegiam os seus produtos. “Cheguei a ser assaltado duas vezes no Senhor de Matosinhos”, diz. Entretanto, a fiscalização foi reforçada e António Costa já consegue dormir descansado na rulote que tem mesmo ao lado do seu “estabelecimento”. “Faço as refeições num fogão que tenho no exterior e uso a rulote para dormir”, explica. Quando