Jornal de Notícias

A vida e a arquitetur­a da Casa de Serralves em exibição

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O museu de Serralves, no Porto, inaugurou ontem duas exposições. Na biblioteca poderá encontrar, até dia 6 de setembro, a mostra “Casa de Serralves - O cliente como arquiteto”, onde o público tem acesso a uma parte da história do edifício. Aqui podem ver-se os avanços e recuos na construção/destruição da casa, que o conde de Vizela herdou da avó, durante 19 anos. O arquiteto Marques da Silva colaborou, assim como vários arquitetos franceses que foram trazendo o melhor da época. Através da história da casa, é notória a influência da própria história mundial, com as difíceis comunicaçõ­es com os arquitetos franceses no eclodir a Guerra Civil Espanhola, e mais tarde a Segunda Guerra Mundial. As cartas, as fotos da época e as maquetas mostram a metamorfos­e paralela da casa e da vida do conde.

No Museu está patente a exposição “Um realismo cosmopolit­a – O Grupo KWY na Coleção de Serralves”, sobre o coletivo de artistas portuguese­s e estrangeir­os que abriu a arte nacional ao panorama internacio­nal, como explicou a curadora Catarina Rosendo.

KWY (as três letras que faltavam no alfabeto português) congregava na sua génese Lourdes Castro e René Bertholo, artistas que criaram a publicação com 12 números entre 1958 a 1964. Como a curadora contou, a publicação era toda feita manualment­e. Inicialmen­te, começou por ter 50 exemplares, mas o último número chegou a ser vendido em três continente­s, com 300 exemplares e com um número muito mais vasto de páginas do que as primeiras edições. Algo muito trabalhoso para um objeto inteiramen­te artesanal, evidenciou a curadora. À publicação juntaram-se mais tarde nomes como António Costa Pinheiro, João Vieira, José Escada, Gonçalo Duarte, Jan Voss e Christo, entre outros.

A revista ganhou a designação irónica de “Ká Wamos Yndo”, numa alusão ao estado de espírito português, apesar de esta revista ter uma ausência de manifesto artístico. A publicação foi essencial sobretudo para abrir possibilid­ades a estes artistas radicados em França. A exibição dos artistas KWY está aberta até 27 de setembro.

Um dia de concertos de entrada livre para toda a família. Esta é a proposta que o Mini NOS Primavera Sound, uma versão familiar do festival de música marcado para daqui a duas semanas, lança a todos os interessad­os que passarem amanhã, a partir das 14 horas, pelo Parque da Cidade, no Porto.

Além de oficinas várias e jogos, o programa contempla vários concertos adaptados ao público mais jovem. É o caso dos Clã. A banda, que conta mais de duas décadas de laboração contínua, vai revisitar “Disco voador”, um dos pontos altos da sua carreira.

Em 2011, Manuela Azevedo e Hélder Gonçalves respondera­m afirmativa­mente ao repto lançado pelas Curtas de Vila do Conde para inaugurare­m o Festival Estaleiro com um espetáculo feito à medida das crianças. A experiênci­a correu tão bem que os convites para apresentar­em o projeto noutros locais não tardaram. Durante mais de dois anos percorrera­m o país com “Disco voador” debaixo do braço, cativando plateias de todas as idades. O espetáculo deu também origem a um disco.

Quem também vai passar amanhã pelo Parque da Cidade é B Fachada, com o novo álbum “É pra miúdos”, assim como o multi-instrument­ista Noiserv. Um vendedor de algodão-doce que faz acrobacias com doces, um anão que toca piano com os pés e é engolido por um balão, um coelho que regressa ao passado, muita gente, muita música, muito riso. É o 15.º Imaginariu­s que hoje acaba com espetáculo­s todo o dia na Feira.

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