Jornal de Notícias

Vitória sem valor contra a depressão

Dragão F. C. Porto fecha o campeonato com o triunfo menos saboroso da época, numa noite em que Danilo se despediu com um golo

- Nuno A. Amaral nuno.a.amaral@jn.pt

O penoso final de época do F. C. Porto teve ontem o derradeiro capítulo. Os dragões ganharam ao já despromovi­do Penafiel, graças a dois golos marcados nos últimos minutos, que não chegaram para apagar mais uma exibição cinzenta, sem motivação ou inspiração, nem sequer os tentos que colocariam Jackson Martínez a salvo na luta pelo troféu de melhor marcador da Liga. Ainda as- sim, o avançado colombiano só não o conseguirá, pelo terceiro ano consecutiv­o, se Jonas faturar por três vezes no Benfica-Marítimo de hoje à tarde.

Perante uma plateia maioritari­amente insatisfei­ta, claques em silêncio e assobios misturados com tímidos aplausos, a equipa portista foi jogando o mesmo que nas últimas semanas, sobretudo desde o clássico da Luz. Pouco, muito pouco... As oportunida­des para marcar até surgiram com frequência, tal a diferença de qualidade em relação ao adversário, mas o F. C. Porto de ontem foi o espelho desta parte final de temporada: desgarrado, ineficaz, sem alma. Sem dúvida nenhuma, a equipa que Lopetegui orientar na próxima época terá de começar a ganhar depressa e bem, para afastar os fantasmas atuais e reconquist­ar o coração dos adeptos.

O jogo teve pouca história, até porque não contava para nada, exceção feita aos golos que Jackson pudesse marcar. Em noite de mais do que provável despedida do Dragão, o colombiano falhou as várias ocasiões que teve, umas mais flagrantes do que outras, mas não foi o único. Brahimi, por exemplo, também desperdiço­u um golo de baliza aberta, mesmo no final de uma primeira parte em que o F. C. Porto fez, apesar de tudo, o suficiente para sair em vantagem.

O segundo tempo foi bastante pior e só se salvaram mesmo os golos dos portistas, marcados já nos últimos dez minutos, quando o fantasma de mais um empate desolador pairava no estádio. Aboubakar, primeiro, e Danilo, já nos descontos, garantiram um triunfo sem sal aos dragões, que foram para férias com a nítida sensação de que o dever não ficou cumprido.

A caminho do túnel para os balneários, os aplausos que se ouviram para Danilo e Jackson - ofereceu a braçadeira de capitão a Benquerenç­a - justificam-se apenas com a certeza de que na próxima época já não vestirão de azul e branco...

 ??  ?? Aboubakar voltou a jogar, um mês depois, e foi do avançado camaronês o primeiro golo do triunfo dos dragões, que foram brindados com o silêncio das claques portistas
Aboubakar voltou a jogar, um mês depois, e foi do avançado camaronês o primeiro golo do triunfo dos dragões, que foram brindados com o silêncio das claques portistas

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