a avaliação que a classe faz do ministro da Educação
”A nota que posso dar a Nuno Crato é1, e é pelo esforço que faz de se deslocar de casa para o Ministério e vice-versa. E zero não se dá a ninguém. O Despacho Organizativo do Ano Letivo não saiu e ainda nem sequer chamaram os sindicatos para darem opinião sobre, designadamente, o horário dos professores. Foi um ano mau, mas se olharmos para todo o mandato, o número de docentes que saíram do sistema foi quatro vezes superior ao número de alunos que saíram. Os professores estão esgotados”.
”Não posso dar mais do que 2. Todo o ano letivo foi muito complexo. Este ano ficou marcado pela caótica colocação dos professores. Foi, aliás, a mais caótica de sempre. Quando saírem as notas dos exames, acredito que verificaremos que a marca desse atraso é muito poderosa. A Bolsa de Contratação de Escola foi criada em muito pouco tempo. Depois, temos a PACC, a grande bandeira deste Ministério. Para avaliar um professor, é preciso vê-lo no terreno. A PACC nunca avaliou o que é ser docente”.
”Não posso dar nota positiva a Nuno Crato. Daria, sim, a alguns serviços do seu Ministério, como a DGEstE (Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares). Mas ao ministro não. O ano começou mal e ainda há coisas, além disso, que nos preocupam muito, como por exemplo a municipalização. Temos muitos dúvidas relativamente a este processo, no qual as escolas não foram consultadas. Parece que o Governo quer despachar o fardo da Educação. A Educação é um desígnio nacional, não das autarquias”.
”A nota que dou é um 3. Não o considero o pior ministro de Educação. Temos a tendência para afirmar que o atual é sempre o pior. Contudo, quem o ouvia falar antes de 2011, antes de ser eleito, e quem o viu agir depois, viu duas pessoas diferentes. Em muitas circunstâncias, a sua ação foi muito condicionada pela troika e o pouco peso político de Nuno Crato neste Governo, a par do desinvestimento na Educação, não ajudou. Este Ministério esteve sempre muito dependente do Ministério das Finanças…”.
”Eu daria um 3, fraquinho, porque o início do ano letivo foi mau e isso influenciou todo o resto do ano. Mas depois houve, de facto, o esforço, por parte do Ministério e das escolas, para compensar esse atraso. Mas ainda há coisas que nos preocupam. O Despacho Organizativo do Ano Letivo deveria estar cá fora. Tudo o que seja fundamental para preparar o novo ano já deveria estar cá fora. Espero, francamente, que não haja grandes surpresas normativas, embora eu acredite que vá ser pacífico”.