Plasma português vai ser aproveitado
O plasma português vai começar a ser totalmente utilizado a partir do próximo ano, através de um programa que permitirá, pela primeira vez, a transformação deste produto em medicamentos, anunciou o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST).
O presidente do IPST, Hélder Trindade, disse à agência Lusa que este programa é “o corolário do trabalho que este instituto fez ao longo dos últimos anos” e que o mesmo se segue à inativação do plasma português para transfusões, que já é feita. Faltava ainda o tratamento do plasma remanescente como matéria-prima para a produção de medicamentos derivados do plasma. Para tal, foi lançado um concurso que está a correr, do qual deverá resultar uma empresa que irá fracionar o plasma, a começar pelos 30 mil litros que o IPST tem colhidos e conservados.
Em 2013, Portugal gastou quase 40 milhões de euros na aquisição de derivados do plasma (imunoglobulina, fator VIII, albumina, fator IX, fator von Willebrand). Hélder Trindade não avança com o valor da poupança que deverá resultar do tratamento do plasma português para medicamentos, embora reconheça que deverão ser “alguns milhões”.
Em 2013, foram colhidas 362 mil unidades de sangue em Portugal, das quais 214 mil através do IPST e as restantes pelos serviços de sangue hospitalares.
Para transfusão, o IPST tem capacidade para garantir todo o plasma, o qual é inativado por dois métodos diferentes: um efetuado pelo próprio instituto e outro por prestação de serviços da Octapharma. O restante plasma destina-se ao fracionamento para obter os medicamentos derivados. A partir do próximo ano, os hospitais poderão comprar plasma ao IPST.