Advogados mais experientes ganham até 191 mil euros
Estudo Só a área jurídica e fiscal consegue remunerações anuais superiores a 100 mil euros. Marketing, comercial e Banca têm vindo a perder terreno
Há quatro anos, quando a economia mergulhava numa forte recessão e Portugal avançava para mais um pedido de ajuda financeira, um advogado com mais de dez anos de experiência e inserido numa sociedade com atividade internacional podia ganhar até 120 mil euros brutos por ano. Em 2015, a sua remuneração pode chegar aos 191 mil euros (cerca de 13 600 euros por mês), o que coloca a área legal no topo das mais bem pagas.
O Estudo de Remunerações 2015, elaborado pela consultora especializada em seleção e recrutamento Michael Page Portugal, permite ainda concluir que na área jurídica e fiscal não foram apenas os salários dos sócios mais experientes que aumentaram neste período. Os advogados juniores também conseguiram acompanhar esta subida, passando de nove mil euros anuais para cerca de 15 100.
Tudo somado, os advogados mais experientes e a colaborar com os escritórios de maior projeção ganham em média 107 mil euros, sendo este o único setor entre os dez analisados pelo estudo em que as remunerações médias superam os 100 mil euros por ano.
Na área comercial e de marketing, a média salarial dos diretores comerciais generalistas ronda, por seu lado, os 79 mil euros. Em termos individuais, as pessoas que ocupam estes cargos podem auferir um máximo de 125 mil euros, sobretudo quando a contratação parte de uma empresa que fatura mais de 30 milhões de euros por ano. Ao contrário do que indiciam as movimentações na área jurídica e fiscal, aqui os valores apontam para uma ligeira redução face aos praticados em 2011, quando o salário máximo oferecido a um diretor comercial chegava aos 130 mil euros.
Na área financeira, a média salarial para o cargo de diretor financeiro ronda agora os 93 mil euros, enquanto os “controllers” financeiros conseguem chegar aos 45 mil euros. Com remunerações bem mais modestas nesta área surgem os contabilistas, cuja média se fica pelos 24 500 euros (o que equivale a 1750 euros pagos 14 vezes por ano).
Banca com custos controlados
No que diz respeito à Banca, as conclusões indicam que os responsáveis da Banca privada auferem em média 65 mil euros anuais – bem longe dos 15 mil euros pagos para quem está a iniciar a atividade e em funções relacionadas com as Operações, Apoio ou Contabilidade. Ainda assim, os pacotes remuneratórios neste setor também foram afetados por uma gestão mais apertada dos custos e da rentabilidade.
“Embora esta área tenha tido movimentos interessantes e significativos, os bónus, também indexados diretamente aos resultados, têm sido revistos em baixa, com vista não só a harmonizar as expectativas globais, mas também o facto de o negócio ter vindo a ser cada vez mais monitorizado (controlos de custos e rentabilidade)”, refere.
A revisão em baixa não foi um exclusivo da Banca ou dos cargos de topo na área comercial. Também nas tecnologias de informação, a remuneração máxima oferecida a um diretor de desenvolvimento registou um ligeiro ajustamento, passando de 98 mil euros (segundo o estudo de 2011) para 81 mil em 2015.