Aula de zumba solidária no castelo
A CERCIFEIRA promove no próximo dia 21 uma mega-aula de zumba solidária. A inscrição na iniciativa, marcada para as 10 horas, no castelo da Feira, custa 3,5 euros. O objetivo é angariar fundos para melhorar as condições do salão polivalente da sede daquela instituição de solidariedade social.
Manuel Ramos, que foi chefe de Redação e diretor do JN, costumava dizer-nos que quem não tinha memória fazia como ele: guardava papéis... Não tenho, longe disso, a memória de elefante que ele possuía, pelo que, seguindo o seu conselho, fui acumulando apontamentos e dossiês de muitas matérias, por exemplo da génese e construção do metro do Porto que teve, desde 1991, vários protagonistas, sendo o principal deles Fernando Gomes, bem secundado por Vieira de Carvalho.
Deve dizer-se que o Poder Central (concretamente os governos de turno) sentiu-se apanhado por este “atrevimento” portuense – já Carlos Brito fizera o mesmo ao propor um sistema de elétricos rápidos – e lá foi acompanhando e ajudando quer com o Orçamento do Estado quer com o recurso a financiamentos comunitários. Foi assim com Cavaco Silva, então primeiro-ministro, e com António Guterres na mesma posição. Depois foi o descalabro com o mesmo António Guterres a dar numa de “poupadinho”, cortando o financiamento da expansão da rede da Maia até à Trofa.
Os governos seguintes seguiram-lhe o exemplo: de Durão Barroso a Pedro Santana Lopes e de José Sócrates a Pedro Passos Coelho – sempre que era necessário mostrar a Bruxelas que éramos muito cumpridores, lá cortavam eles na conta do metro do Porto. A situação atingiu o paradoxismo quando foi necessário pôr a concurso a exploração corrente da rede. Depois da Normetro, seguiu-se a Via Porto que, findo o prazo, viu prorrogado o contrato pelo menos duas vezes. Na nova licitação estão em causa as chamadas indemnizações compensatórias que o Governo quer o mais baratinhas possíveis.
“Quanto mais forte é o poder, maior é o abuso”, disse um filósofo anglo-saxão e neste caso concreto dá a ideia de que para o Governo o melhor era fechar o metro do Porto. Mas tão perto das eleições não dá jeito...