Trovoada levou 500 mil euros em vinho
Chuva, vento e granizo causaram perdas de 80% na vinha, mas também afetaram olivais e hortas
Onze anos e dois dias depois, a trovoada voltou a arruinar culturas na mesma zona do concelho de Murça. Na passada terça-feira, a área de Porrais foi a mais afetada pela tromba-d’água e granizo, acompanhados de vento forte, mas também causou prejuízos em Candedo e Sobreira. Foram afetados 50 hectares de vinha, olival e hortas, pertencentes a 70 agricultores. Numa primeira análise, perante uma devastação de “80% da produção” na vinha, o presidente da Câmara Municipal, José Maria Costa, estimou que “exclusivamente em vinho haverá um prejuízo de meio milhão de euros”.
Os técnicos da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte andaram ontem de manhã no terreno a avaliar os estragos. À tarde, foi a vez do diretor daquele organismo, Manuel Cardoso, ir ver o cenário que deixou muitos agricultores com o credo na boca, tanto mais que a maior parte não tem seguro de colheita. Mas não prometeu nada.
“Não está no nosso horizonte, de momento, pedir para ser decretado o estado de calamidade”, disse, adiantando que, para já, vai trabalhar com a Adega Cooperativa e com a Câmara Municipal de Murça “no sentido de se avaliar melhor a situação e verificar depois que medidas poderão ser implementadas”.
Vindima está quase feita
Manuel Cardoso disse ainda que vai ser preciso esperar “uma semana ou duas” para ter uma avaliação rigorosa dos prejuízos. O mesmo se vai passar nas centenas de hectares de vinhas e pomares de maçã afetados esta semana pela trovoada, nos concelhos de Sabrosa, Armamar, Moimenta da Beira e Sernancelhe.
Por seu lado, os agricultores não precisam de esperar para saber que “a vindima deste ano e alguma do que vem já está feita”, diz Manuel Alves, enquanto Manuel Fidalgo se mostra também preocupado com “os danos que a enxurrada causou nos terrenos”.