FMI abandona negociações
Grécia Pressão sobre Tsipras intensifica-se. “Precisamos de decisões, não de negociações”, dizem os credores
A equipa do Fundo Monetário Internacional abandonou as negociações com a Grécia, em Bruxelas, e regressou a Washington. “Precisamos de decisões e não de negociações” – a frase do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, traduz a saturação dos credores, depois de cinco longos meses a tentar chegar a um acordo. presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, comentou, em conferência de Imprensa, que é tempo de acabar com “os jogos”. Apontando que, até agora, tem sido “discreto, moderado e neutro”, Tusk disse ser tempo de tomar “decisões” e opinou que cabe ao Governo grego ser “um pouco mais realista” para conseguir um acordo com os seus parceiros.
Tusk sustentou que o próximo Eurogrupo (reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro, agendada para a próxima quinta-feira no Luxemburgo) deve ser “decisivo”, porque “não há mais tempo”, e é necessário terminar o “jogo” a que se tem assistido nos últimos meses, com constantes avanços e recuos nas negociações entre Atenas e os seus credores em torno da aplicação de um programa de reformas por parte da Grécia que permita o desembolso da ajuda financeira.
Mais pressionado do que nunca, Alexis Tsipras desdobra-se em contactos. Além do presidente da Comissão Europeia, reuniu-se com os líderes da França e da Alemanha, anteontem, mas dos encontros não resultaram progressos significativos. Na conferência de Imprensa diária do executivo comunitário, o porta-voz da Comissão, Margaritis Schinas, referiu que a reunião entre Juncker e Tsipras serviu para ambos “restabeleceram a sua relação pessoal”, que tinha “arrefecido” há uma semana.
Em causa continua a estar um acordo entre Atenas e os seus credores internacionais em torno das reformas com as quais o Governo de Tsipras se deve comprometer para ter direito ao desembolso de 7,2 mil milhões de euros, uma parcela da assistência financeira suspensa há meses.