Jornal de Notícias

Nuno Pinto cumpre a tradição do famoso pão com chouriço

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O doce cheiro a pão com chouriço que ao final de cada noite sai da cozinha do “Creoula” não engana: é Nuno Pinto – ou Pinto, como é conhecido a bordo – quem lá está a preparar os pães com chouriço que hão de reconforta­r os estômagos dos que entram e saem de serviço, militares e instruendo­s, ao bater das 12 badaladas. É assim desde abril de 2011, quando este primeiro-marinheiro TFP (técnico formado em panificaçã­o) passou a integrar a guarnição do “Creoula”, e é assim desde que todos se recordam. “Quando aqui cheguei, o comandante disse-me logo que neste navio é tradição fazer-se todos os dias o pão com chouriço, o que noutros navios não é costume”, recorda o militar de 31 anos, de Vila Real. “Isto é um mimo que se dá ao pessoal da guarnição”, diz Pinto, que apanhou o jeito aos famosos “choripán” e desde então nunca mais parou de fazê-los. Saem-lhe das mãos todos os dias pela meia-noite, num ritual que só os temporais são capazes de quebrar. Antes da hora, já se vai juntando gente à porta da cozinha a querer saber se o pão está para sair. “As pessoas adoram o pão com chouriço”, orgulha-se o padeiro do “Creoula”. Por noite faz oito, que são fatiados. “Devia dar três fatias para cada pessoa, mas há quem coma dez. Pedem sempre mais, e acho que mesmo que fizesse 50 pães não chegava”, brinca o marinheiro Pinto, que ingressou na Marinha aos 19 anos, “logo como padeiro”. Além de fabricar o pão que se come no “Creoula”, o militar ainda faz doces (são servidos à quinta-feira e ao domingo, por tradição), como “as tortas de mel, de que o senhor comandante gosta muito”. Entre as especialid­ades contam-se ainda a sericaia, tarte de requeijão e cheesecake, diz.

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Padeiro do “Creoula” desde 2011, faz “choripán” e doçaria diversa

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