Flintstones, Bin Laden e romanos pelo monte abaixo
Póvoa de Varzim Descida de Carros Artesanais juntou entusiastas de vários pontos do país. Participantes trabalharam noite dentro para preparar os bólides
Estavam lá os romanos, havia canhões, tanques de guerra e barcos rabelos. Não faltou a padeira de Aljubarrota nem os Flintstones e até Bin Laden por lá apareceu. Pelo Monte de S. Félix abaixo, apesar do intenso calor, havia milhares a assistir. Foi assim, ontem em Laundos, na Póvoa de Varzim, a 7.ª Grande Descida de Carros Artesanais. Este ano, o tema era a “História Universal”. A festa já ultrapassou fronteiras e este ano houve, entre os 18 participantes, quem viesse de Montalegre, de propósito para descer o monte. São 800 metros de pista, num carro sem motor, sempre monte abaixo com gincanas, saltos e, este ano, uma curva de arrepiar mesmo em cima da meta.
“Já estive presente aqui em 2013. O carro levou 100 horas de trabalho. É sempre à noite, depois das horas de serviço, que junto os amigos lá da aldeia para ajudar”, explicou Clemente Cima, de 37 anos, que, de Montalegre, trouxe um autocarro com quase 50 pessoas para assistir “à corrida mais louca do Mundo”, na qual participou com o carro dos Flintstones.
Convívio com os amigos
Vítor Silva, de 47 anos, é um dos repetentes. Todos os anos, por esta altura, junta os amigos e, durante um mês, todos os dias, no fim do trabalho, regressa à infância e relembra a construção dos velhinhos carros de rolamentos. O melhor, garante, “é a descida”. E, claro, os dias de convívio, a trabalhar pela noite dentro.
“É muito bom ver esta gente toda a trabalhar para a festa”, diz o padre Guilherme Peixoto que, com Luís Ramos, partilha a coordenação do “Laundos em Movimento”. A festa, que inclui espetáculos, churrasco, música, uma prova de
18 anos downhill noturna e a famosa descida de carros artesanais, nasceu para juntar a freguesia, numa altura do ano em que centenas de emigrantes regressam à terra. Hoje, é “muito mais do que um convívio da freguesia”. O objetivo é angariar verbas para a construção da nova sede dos escuteiros.