Jornal de Notícias

Cartas, emails e posts online

-

Os europeus têm a memória curta e são mal-agradecido­s

A Europa anda a construir muros à sua volta, para evitar a entrada de refugiados do Norte de África. Um dia destes, vai parecer uma fortaleza, isolada das “pestes” que podem vir das terras quentes. No século XVI, não houve problema, quando fomos por aí abaixo roubar, matar e saquear tudo o que íamos encontrand­o pelo caminho marítimo que nos levou às riquezas. Há quem diga que Portugal deu novos mundos ao Mundo. Pois foi. Gamar foi fácil, trabalhar, que trabalhass­em os escravos que fomos buscar a África para levar para o Brasil. Ah, grande Portugal! Portugal e mais meia dúzia de países europeus, com os quais foi um fartar de vilanagem, mas que agora viram as costas a quem no passado nos forneceu, mesmo contra a sua vontade, tudo o que temos e já não temos. A Europa sofisticad­a tem a memória curta e é mal agradecida. Nem sequer deixou, por onde andou, um pedacito de conhecimen­to, para que os nativos se pudessem desenvolve­r posteriorm­ente. A Europa não tem vergonha do seu passado. Contudo, se olhasse bem para trás, reconhecer­ia que os maiores res- ponsáveis nesta calamidade são precisamen­te os europeus. Que só sabem a história que mais lhe convém.

Permitam-me uma pergunta tola e inocente

Escrevo a propósito do discurso que Jorge Sampaio proferiu há alguns dias [a 24 de julho], quando recebeu o Prémio Nelson Mandela (“consagraçã­o mundial de uma vida ao serviço da liberdade, da justiça e da democracia, no terreno concreto das grandes causas em que a Organizaçã­o das Nações Unidas se envolvem”). Disse Jorge Sampaio que aceitou a distinção em nome de “milhões de pessoas comuns que por todo o Mundo nunca desistiram das suas esperanças e sonhos”; “as verdadeira­s

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal