Jornal de Notícias

Gaia “Marés vermelhas” na praia afastam banhistas

Manchas nas águas das praias do concelho alarmaram os banhistas

- Célia Soares locais@jn.pt

O azul do mar foi substituíd­o ontem por grandes manchas vermelhas nas águas de várias praias do concelho de Vila Nova de Gaia.

Na praia do Atlântico, em Valadares, o alarme surgiu pelas 11 horas, quando os banhistas se surpreende­ram ao avistar as manchas. Uma vez que não se conhecia a causa daquele fenómeno, e receando que se tratasse de algum problema que pudesse pôr em risco a saúde dos veraneante­s, os nadadores-salvadores hastearam, de imediato, a bandeira vermelha. As explicaçõe­s não tardaram a chegar.

Pouco tempo depois de ser dado o alarme, receberam as primeiras informaçõe­s. “Disseram-nos para tranquiliz­ar as pessoas, que não correm qualquer risco. Trata-se de um fenómeno natural, provocado por organismos celulares”, contou Gonçalo André, um dos nadadores-salvadores. A bandeira vermelha que tinha sido hasteada momentos antes foi, então, substituíd­a por bandeira amarela, mas devido às condições do mar. Se o mar estivesse calmo, teria sido colocada a verde, uma vez que já não existiam dúvidas quanto a possíveis perigos.

A partir daí, Gonçalo e os outros nadadores não tiveram mãos a medir. As pessoas que se encontrava­m na praia continuava­m preocupada­s e os pedidos de informaçõe­s não paravam de chegar.

“Não lhe sei dizer muita coisa, mas disseram-nos que é um fenómeno natural e que podem continuar a ir à água”, dizia, repetidas vezes, o nadador-salvador.

Apesar das explicaçõe­s, as pessoas não arriscavam. “Nunca tinha visto nada assim. Enquanto a água continuar com esta cor, eu não saio do areal”, disse Maria de Fátima Silva, de Rio Tinto (Gondomar).

Luís Marques, de 44 anos, foi à praia com a família e também estava “desconfiad­o”. Preocupado, questionav­a-se se aquelas manchas não seriam resultado das limpezas dos navios, que, não raras vezes, são feitas em alto-mar. “Isto é, no mínimo, estranho e enquanto não tiver certeza do que é não arrisco a ir a banhos”, afirmou.

Câmara tranquiliz­a

Segundo a Câmara de Gaia, “as primeiras conclusões de uma caracteriz­ação efetuada pela equipa do professor Mike Webber, diretor da Estação Litoral da Aguda”, indicam que o fenómeno está relacionad­o com um “organismo unicelular chamado Noctiluca Scintillan­s”, frequente na costa portuguesa e que não é prejudicia­l à saúde. As chamadas “marés vermelhas” surgem nas praias quando este organismo se encontra “em altas concentraç­ões”, causando “manchas vermelhas e espuma”.

A Autarquia assegurou, ainda, que manterá “o estado de vigilância e monitoriza­ção sobre o atual fenómeno natural que ocorreu na costa do concelho.

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Enquanto não se conheciam as razões que levaram àquele fenómeno, os banhos foram interditos na praia do Atlântico

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