CDU diz que estão em risco as obras no Rainha D. Leonor
Porto Coligação afirma que júri do concurso rejeitou as duas propostas para o bairro. Câmara não confirma
As obras de revitalização do Bairro Rainha D. Leonor, no Porto, poderão voltar à estaca zero. É que, segundo a CDU, o júri do concurso, lançado em dezembro passado, terá decidido excluir as duas propostas para dotar aquela urbanização de um máximo de 70 habitações municipais, conforme projeto apresentado em setembro do ano passado, pelo Executivo liderado por Rui Moreira.
As obras, no valor de 3,5 milhões de euros, seriam feitas à custa do promotor em troca de um terreno com 11 mil metros quadrados de capacidade construtiva. Inicialmente, surgiram 20 empresas inte- ressadas mas apenas duas formalizaram uma candidatura.
O processo do concurso tem sido, contudo, conturbado. Em janeiro, a Câmara do Porto aprovou uma proposta, com o cunho de Rui Moreira, que permitiu aumentar o júri de cinco para sete elementos. Em resultado disso, dois arquitetos, Elói Gomes de Castro e Cristóvão Iken, bateram com a porta.
Agora, a CDU diz que as duas candidaturas serão rejeitadas, por violarem o Plano Diretor Municipal. “A confirmar-se esta situação, tal significa um sério percalço na concretização do modelo escolhido pela coligação Rui Moreira/CDS/PS”, vinca a CDU, em comunicado, lembrando que, há dias, também foram rejeitadas as duas candidaturas ao concurso para a transformação do Palácio de Cristal num centro de congressos. “Estes desenvolvimentos constituem fortes reveses para a coligação Rui Moreira/CDS/PS”, acrescenta.
É que, “passados quase dois anos da tomada de posse da atual maioria, dois dos problemas que herdou da maioria anterior voltam ‘à estaca zero’”, reforça a CDU. Recordese que na zona por intervencionar do bairro residem 56 famílias.
A Câmara do Porto, porém, não confirma que já exista uma decisão do júri. “O concurso em causa está em curso e, como tal, a Câmara do Porto não confirma qualquer informação que lhe diga respeito”, lê-se, numa nota enviada ao JN.