Falsas partidas… “e o povo é que paga…”
forme o universo, vai desenvolvendo, tanto da profundidade e seriedade dos valores que cultivamos, como da qualidade, do rigor e da organização coletiva que impomos no nosso quotidiano, enfim, da nossa real capacidade de cooperar e competir neste mundo global.
2. Pois, pensando nesse valor da ‘confiança’, na última semana assistimos a várias falsas partidas na pré-campanha eleitoral. Não se colocou à discussão, até agora, o que realmente importa: uma apreciação profunda dos fatores, internos e externos, incluindo fatores culturais, que estão na base das nossas dificuldades, que não são de hoje; propostas de políticas refordas mistas, tanto para o setor público, como para o setor privado, que conduzam a crescimento sustentado, única forma de minimizar a prazo a maior chaga da nossa crise, o maior indicador do nosso atraso relativo na Europa, que é o desemprego e o subemprego com salários de pobreza europeia. Ao contrário: foram criadas expectativas, com pressupostos pouco sólidos, sobre o desagravamento fiscal; vimos o sobrevalorizar de dados não consolidados relativos ao emprego, não valorizando o tema do subemprego; assistimos a uma campanha absolutamente surreal de painéis de exteriores, utilizando imagens com mensagens pungentes sobre desemprego, associa- a situações falsas, painéis estes, aprecie-se o paradoxo, trocados, no imediato da reação pública, por outros a falar de ‘confiança’. Um desatino que me fez recordar o eterno António Variações, que escreveu e cantou na sua interpretação mais famosa “… Quando a cabeça não tem juízo,… Quando a cabeça está convencida,… Quando a cabeça está nessa confusão,… O corpo é que paga…”. Transportando para a política, digo eu, o Povo é que paga…
3. Então, que os corredores regressem à linha de partida, lembrando-lhes as regras: aqueles que tiverem nova falsa partida serão desqualificados pelos juízes da competição, pelos Portugueses.