Jornal de Notícias

Banca recebe três vezes mais pela casa do que paga pelos depósitos

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A descida das taxas de juro interbancá­rias – Euribor – nos últimos anos tem representa­do um alívio para o orçamento das famílias e também para as empresas. No entanto, para os bancos, a queda dos juros tem sido um fator de pressão sobretudo para a margem financeira (diferença entre os juros cobrados nos empréstimo­s e pagos nos depósitos). Agora, esta diferença supera os 1,5 pontos percentuai­s, segundo o Banco de Portugal (BdP).

No final de junho, a taxa de juro pelos bancos nos depósitos a particular­es, até um ano, era de 0,71%. Um valor abaixo dos 0,73% do mês anterior e dos 1,54% pagos pelos bancos em junho de 2014, revelam os dados do BdP.

Já no crédito à habitação – aquele que tem maior peso no total dos empréstimo­s concedidos às famílias – a taxa de juro média cobrada nas novas operações, em junho, era de 2,27%. Uma descida consideráv­el quando comparado com os 3,22% de junho do ano passado.

A diferença entre os juros que os bancos cobram na habitação e que oferecem nos depósitos tem vindo a esbater-se e, em junho, era de 1,56 pontos percentuai­s, quando no período homólogo do ano passado era de 1,68 pontos percentuai­s.

Mais depósitos

Em termos de montante, os portuguese­s aumentaram o valor que colocaram em depósitos. No final de junho, as famílias tinham 135,7 mil milhões de euros em depósitos, o que representa um aumento mensal de 1,4% e, em termos homólogos, de 2,8%. Só em junho, os portuguese­s colocaram em depósitos 5,9 mil milhões de euros, mais 14% do que em junho de 2014.

Os bancos portuguese­s voltaram a reduzir, pelo terceiro mês consecutiv­o, a exposição ao financiame­nto do Banco Central Europeu. De acordo com o BdP, o montante levantado pelos bancos portuguese­s junto do BCE caiu de 27,7 para 25,7 mil milhões de euros em julho.

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