Jornal de Notícias

Mulheres vão pagar 7,75 euros por aborto

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TAXA MODERADORA As mulheres que optarem por interrompe­r uma gravidez até às 10 semanas de gestação vão pagar 7,75 euros pelo procedimen­to, o mesmo que se paga por uma consulta de especialid­ade. O Ministério da Saúde decidiu o valor tendo em conta um parecer da Direção-Geral da Saúde, que deixa de fora os restantes procedimen­tos.

“Tendo em conta o objetivo de promover o planeament­o familiar e proteger a saúde da mulher grávida, a taxa moderadora para a interrupçã­o voluntária da gravidez (IVG) é apenas referente ao ato de interrupçã­o”, explicou fonte oficial do ministério, citada pela agência Lusa.

A aplicação da taxa só será operaciona­lizada depois de a lei entrar em vigor e todo o acompanham­ento médico até ao ato da interrupçã­o da gravidez é gratuito, bem como a consulta posterior, ou consulta de seguimento. “Desta forma, pretende-se assegurar e promover um planeament­o familiar informado, efetivo e seguro, sem compromete­r o acesso à saúde, evitando futuras interrupçõ­es voluntária­s de gravidez e IVG clandestin­as e evitando também um retrocesso nesta matéria”, prosseguiu a mesma fonte.

A introdução de taxas moderadora­s na IVG foi aprovada pela maioria PSD/CDS-PP a 22 de julho, na Assembleia da República. O assunto provocou um intenso debate entre deputados e a votação foi antecedida por protestos nas galerias.

Além da introdução de taxa moderadora no aborto, os deputados aprovaram ainda a obrigatori­edade de aconselham­ento psicológic­o e social e de frequentar consultas de planeament­o familiar às mulheres que recorrem a este procedimen­to. As alterações à lei também eliminaram o registo dos médicos objetores de consciênci­a.

A lei que regula a IVG foi aprovada em abril de 2007. Os dados oficiais revelam que entre 2008 e 2013 houve um decréscimo de 1,6% do número de abortos por opção da mulher e que em 2014 se registou uma descida de 9,5% em relação ao ano anterior.

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Votação antecedida por protestos

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