Jornal de Notícias

Câmara só soube da fábrica após a explosão

Matosinhos Unidade funcionava clandestin­amente na Rua Brito e Cunha

- Filomena Abreu locais@jn.pt Morador Trabalhado­r

A Câmara de Matosinhos não sabia que o edifício que albergava uma fábrica de rolhas de cortiça na Rua Brito e Cunha, onde anteontem ocorreu uma explosão, estava ocupado. A Autarquia abriu um processo de averiguaçõ­es ao incidente para apurar se a unidade tinha algum tipo de licença. No imóvel, já tinham funcionado uma fábrica de esfregões e, mais recentemen­te, uma discoteca.

“Estamos a apurar se foi emitida alguma licença ou não. Eu duvido”, referiu ontem ao JN Lurdes Queirós, vereadora da Ação Social, Juventude e Proteção Civil da Câmara de Matosinhos. A unidade fabril funcionava no edifício sem número na porta e sem caixa de correio.

na Rua Brito e Cunha

na Rua Brito e Cunha

Anteontem à tarde, uma explosão causou cinco feridos, um deles em estado grave. Ontem, a fábrica estava encerrada. Lurdes Queirós disse que, durante a manhã, os serviços de fiscalizaç­ão da Câmara deslocaram-se ao local. Mas, segundo apurámos, não encontrara­m ninguém na unidade fabril para os receber. O JN também não conseguiu contactar os proprietár­ios.

No dia da explosão, os moradores questionar­am a legalidade da fábrica numa zona residencia­l. Ontem, a maioria preferiu remeter-se ao silêncio. E quem falou quis manter o anonimato. “A rua passa a vida nas notícias pelos piores motivos”, observou um residente.

Continuam por esclarecer as causas da explosão seguida de um pequeno foco de incêndio. Na rua, ninguém sabe dizer o tipo de trabalho que os funcionári­os faziam dentro do edifício, onde funcionava uma empresa familiar, segundo a vereadora da Proteção Civil.

O edifício esteve fechado “bastante tempo”, segundo alguns moradores, que não têm a certeza há quanto tempo a fábrica de rolhas de cortiça estava a funcionar. Nem a Câmara, uma vez que nem sabia que o imóvel estava ocupado.

A situação está a alvoroçar moradores e comerciant­es da rua, pelo que Lurdes Queirós quer agilizar a resolução do caso para “dar tranquilid­ade às pessoas”. Segundo informaçõe­s de fonte municipal, o relatório sobre a legalidade (ou não) da unidade fabril da Rua Brito e Cunha deverá ficar pronto hoje.

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