Praia cheia de algas afasta banhistas
Matosinhos Concessionário queixa-se. Câmara garante limpeza a cada dois dias
“Tem estado assim praticamente desde o início da época balnear”. As palavras são de Francisco Couto, um dos nadadores-salvadores da praia de Angeiras/Norte, em Matosinhos, e referem-se à grande quantidade de algas que este verão tem incomodado os banhistas, afastando-os daquela praia.
“Há alturas do dia em que as algas são tantas que é quase impossível chegar à água”, adianta aquele nadador que vê, diariamente, as pessoas a terem de passar por cima daqueles organismos, que, muitas vezes, se prendem aos pés, provocando algumas quedas no areal.
Se na areia as quedas, normalmente, não são um problema de maior, na água a situação complica-se. As algas emaranham-se, prendem as pessoas e chegam mesmo a causar situações de aflição. Foi o que aconteceu “há dias com um senhor de idade”, conta um dos nadadores, relatando uma situação em que tiveram de intervir para socorrer um homem que não sabia nadar e se afligiu quando ficou com os pés presos, não conseguindo sair da água.
Manuel Pereira da Silva, responsável pela concessão da praia de Angeiras/Norte desde 1984, garante que “nunca houve um ano como este”. Junto do concessionário e dos nadadores-salvadores, os banhistas queixam-se, também, das moscas que o amontoado de algas atrai ao areal. “É só moscas!”, exclama Teresa Marinho, de 16 anos. “Não é nada agradável fazer praia com moscas ao lado”, afirmou. “Queremos entrar na água e, com tantas algas, ficamos presas. E o pior ainda são as moscas”, reiterou
a amiga Rita Teixeira, de 17 anos.
Contactada pelo JN, a Câmara Municipal de Matosinhos afirmou que “retira anualmente várias toneladas de sargaço das praias”, salvaguardando que o “aparecimento de algas no areal é um fenómeno natural, que se repete ciclicamente”. Garantiu, ainda, que “esta limpeza é feita a cada dois dias”.