Poeiras de petcoque não são nocivas para a saúde
A Administração do Porto de Aveiro (APA) divulgou, ontem, o estudo sobre a avaliação da qualidade do ar na envolvente do Porto de Aveiro, que veio confirmar que “os níveis de partículas em suspensão (de petcoque, derivado do petróleo) estão dentro dos limites que garantem a saúde das pessoas”. Os novos dados permitem, assim, “tranquilizar a população”, que se mostrava preocupada com a movimentação daquele material.
“O estudo diz que a zona habitacional é atingida por partículas finas, mas numa concentração baixa. Não falo da comodidade de quem tem de limpar a casa devido às poeiras, mas sim de saúde pública”, adiantou João Pedro Braga da Cruz, presidente da APA.
O estudo, da autoria do Instituto do Ambiente e Desenvolvimento (IDAD), foi feito em três campanhas, ao longo de um ano – uma no inverno e duas no verão –, para ventos de norte a noroeste, que são aqueles que podem arrastar poeiras para as habitações. “A situação mais penalizadora é ditada por vento do quadrante norte, ainda que o teor de partículas seja baixo, estimado em nove microgramas, face a um limite legal de 50 microgramas”, clarificou a APA.
No entanto, de modo a minimizar os efeitos das poeiras nas casas, o IDAD aconselhou um conjunto de medidas, algumas delas que já têm vindo a ser adotadas pelo Porto de Aveiro, como é o caso da dispersão de água nas pilhas de petcoque aquando da sua movimentação. A APA diz que vai acolher as recomendações e “limitar a permanência do produto em cais, instalar uma estação de monitorização nas imediações, colocar uma barreira a norte do material e interromper as operações de descarga para ventos superiores a 14,5 metros por segundo”.