Jornal de Notícias

Poeiras de petcoque não são nocivas para a saúde

- ÍLHAVO SALOMÉ FILIPE

A Administra­ção do Porto de Aveiro (APA) divulgou, ontem, o estudo sobre a avaliação da qualidade do ar na envolvente do Porto de Aveiro, que veio confirmar que “os níveis de partículas em suspensão (de petcoque, derivado do petróleo) estão dentro dos limites que garantem a saúde das pessoas”. Os novos dados permitem, assim, “tranquiliz­ar a população”, que se mostrava preocupada com a movimentaç­ão daquele material.

“O estudo diz que a zona habitacion­al é atingida por partículas finas, mas numa concentraç­ão baixa. Não falo da comodidade de quem tem de limpar a casa devido às poeiras, mas sim de saúde pública”, adiantou João Pedro Braga da Cruz, presidente da APA.

O estudo, da autoria do Instituto do Ambiente e Desenvolvi­mento (IDAD), foi feito em três campanhas, ao longo de um ano – uma no inverno e duas no verão –, para ventos de norte a noroeste, que são aqueles que podem arrastar poeiras para as habitações. “A situação mais penalizado­ra é ditada por vento do quadrante norte, ainda que o teor de partículas seja baixo, estimado em nove micrograma­s, face a um limite legal de 50 micrograma­s”, clarificou a APA.

No entanto, de modo a minimizar os efeitos das poeiras nas casas, o IDAD aconselhou um conjunto de medidas, algumas delas que já têm vindo a ser adotadas pelo Porto de Aveiro, como é o caso da dispersão de água nas pilhas de petcoque aquando da sua movimentaç­ão. A APA diz que vai acolher as recomendaç­ões e “limitar a permanênci­a do produto em cais, instalar uma estação de monitoriza­ção nas imediações, colocar uma barreira a norte do material e interrompe­r as operações de descarga para ventos superiores a 14,5 metros por segundo”.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal