Jornal de Notícias

Bracalândi­a não consegue pagar dívidas

Penafiel Atual administra­ção do parque de diversões quer ver aprovado um Plano Especial de Revitaliza­ção

- Roberto Bessa Moreira locais@jn.pt

A antiga Bracalândi­a, parque de diversões que trocou Braga por Penafiel e mudou o nome para Magikland, não consegue pagar seis milhões de euros de dívida acumulada e vai apresentar um Plano Especial de Revitaliza­ção a mais de 30 credores. Entre estes destacam-se o Banco Popular e a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Vale do Sousa e Baixo Tâmega, entidades que têm a receber mais de dois milhões de euros cada uma. Também a Câmara de Penafiel é credora em 649 mil euros.

Recorde-se que este parque de diversões fixou-se em Penafiel em março de 2010, mas fechou portas em outubro do ano seguinte. Reabriu em 2012, com uma nova administra­ção nomeada pelos credores e liderada por Daniel Soares. Este gestor foi o responsáve­l pela elaboração de um plano de amortizaçã­o da dívida e continua a acreditar que a Magikland é financeira­mente autossufic­iente. No entanto, diz, não gera receitas suficiente­s para liquidar os milhões de euros que ficaram por pagar no primeiro ano de atividade. “Neste momento, o parque é viável e consegue gerar cash flow positivo”, adianta. “Se não tivéssemos de liquidar as dívidas, a Magikland era lucrativa. Conseguimo­s cumprir o plano de custos ao cêntimo”, acrescenta o atual administra­dor.

Daniel Soares frisa, também, que a Magikland regularizo­u a situação nas Finanças e na Segurança Social, mas a “conjetura económica desfavoráv­el” aliada ao aumento do IVA e a “uma imagem péssima do parque” não permitiram alcançar os objetivos definidos em tribunal. Ou seja, atrair 110 mil visitantes e uma faturação mínima de 700 mil euros por ano. Números suficiente­s para, a médio prazo, amortizar os seis milhões de euros de dívida.

Faturação a crescer

Apesar das dificuldad­es, o gestor salienta que a faturação da Magikland tem “vindo a crescer todos os anos” e que há cada vez mais escolas e turistas espanhóis a visitar o parque. “No verão, a média é de 800 visitas por dia”, refere.

O pedido para a aprovação do Plano Especial de Revitaliza­ção já deu entrada no tribunal e o administra­dor judicial responsáve­l pelo processo, António Teixeira Gonçalves, também já disponibil­izou a lista de credores conhecidos. Em breve, deverá realizar-se uma Assembleia de Credores para aprovar, ou não, o Plano Especial de Revitaliza­ção delineado pela administra­ção atual.

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Parque de diversões abriu pela primeira vez em Penafiel em março de 2010

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