Bracalândia não consegue pagar dívidas
Penafiel Atual administração do parque de diversões quer ver aprovado um Plano Especial de Revitalização
A antiga Bracalândia, parque de diversões que trocou Braga por Penafiel e mudou o nome para Magikland, não consegue pagar seis milhões de euros de dívida acumulada e vai apresentar um Plano Especial de Revitalização a mais de 30 credores. Entre estes destacam-se o Banco Popular e a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Vale do Sousa e Baixo Tâmega, entidades que têm a receber mais de dois milhões de euros cada uma. Também a Câmara de Penafiel é credora em 649 mil euros.
Recorde-se que este parque de diversões fixou-se em Penafiel em março de 2010, mas fechou portas em outubro do ano seguinte. Reabriu em 2012, com uma nova administração nomeada pelos credores e liderada por Daniel Soares. Este gestor foi o responsável pela elaboração de um plano de amortização da dívida e continua a acreditar que a Magikland é financeiramente autossuficiente. No entanto, diz, não gera receitas suficientes para liquidar os milhões de euros que ficaram por pagar no primeiro ano de atividade. “Neste momento, o parque é viável e consegue gerar cash flow positivo”, adianta. “Se não tivéssemos de liquidar as dívidas, a Magikland era lucrativa. Conseguimos cumprir o plano de custos ao cêntimo”, acrescenta o atual administrador.
Daniel Soares frisa, também, que a Magikland regularizou a situação nas Finanças e na Segurança Social, mas a “conjetura económica desfavorável” aliada ao aumento do IVA e a “uma imagem péssima do parque” não permitiram alcançar os objetivos definidos em tribunal. Ou seja, atrair 110 mil visitantes e uma faturação mínima de 700 mil euros por ano. Números suficientes para, a médio prazo, amortizar os seis milhões de euros de dívida.
Faturação a crescer
Apesar das dificuldades, o gestor salienta que a faturação da Magikland tem “vindo a crescer todos os anos” e que há cada vez mais escolas e turistas espanhóis a visitar o parque. “No verão, a média é de 800 visitas por dia”, refere.
O pedido para a aprovação do Plano Especial de Revitalização já deu entrada no tribunal e o administrador judicial responsável pelo processo, António Teixeira Gonçalves, também já disponibilizou a lista de credores conhecidos. Em breve, deverá realizar-se uma Assembleia de Credores para aprovar, ou não, o Plano Especial de Revitalização delineado pela administração atual.