Jornal de Notícias

Metade dos incendiári­os fica em prisão preventiva

Desde o princípio do ano autoridade­s detiveram 68 suspeitos. Ontem foram três, um deles surpreendi­do em flagrante delito Fogo na serra da Estrela dizimou 1700 hectares de terreno Reportagem: elite da GNR ataca incêndios florestais em 90 minutos

- Alfredo Maia amaia@jn.pt Manuel Moreira Jorge Araújo António Torres Abel Fernandes

“O GIPS é uma vocação, muito amor à camisola”. O capitão Manuel Moreira, comandante da 4.ª Companhia do Grupo de Intervençã­o de Proteção e Socorro preparase para regressar à base quando o Sol se põe a caminho para lá dos montes e a tranquilid­ade envolve o Centro de Meios Aéreos (CMA) de Arcos de Valdevez.

Apesar das temperatur­as elevadas – da ordem dos 30 graus – e do vento traiçoeiro, a equipa helitransp­ortada de ataque inicial a incêndios florestais que acompanhár­amos só descolou para três missões, uma abortada e duas prontament­e resolvidas.

“A nossa taxa de eficácia é de

Capitão

Sargento-ajudante 97%. Temos apenas 90 minutos para descolar do CMA, largar a equipa, atacar e regressar”, explica o oficial. Se o fogo ganhar amplitude, os militares do GIPS podem ficar horas a fio, dias inteiros – até “ao limite”. Como os bombeiros.

“O dia fácil foi ontem” é o lema da 4.ª Companhia, que cobre os distritos de Braga e de Viana do Castelo, com três centros de meios aéreos, em Braga, Fafe e Arcos de Valdevez. O lema do GIPS – “Se fosse fácil não era para nós” – pode soar como uma fanfarroni­ce.

Entre os bombeiros, ainda há quem mantenha as reservas à criação desta força, em 2006. Mas, Manuel Moreira assegura que, pelo contrário, as relações são boas. “Um adversário une muita gente, mas o fogo une muito mais”. Afinal, têm missões diferentes.

Cabo

Guarda a segurança de bens em residência­s atingidas – “dupla valência: proteção e segurança”. Num incêndio, se forem detetados indícios de fogo posto, os seus elementos têm autoridade para isolar a área e desencadea­r de imediato a investigaç­ão, identifica­r e deter presumívei­s autores.

Recrutados nos quadros da GNR, os seus elementos passam por uma formação intensiva no GIPS de seis semanas, em matérias como estudo e análise do comportame­nto do fogo, legislação, cartografi­a, combate com ferramenta­s manuais e intervençã­o helitransp­ortado.

Ao longo do ano, recebem formação, instrução e treino naquelas áreas e noutras que seja necessária profundar, como transmissõ­es, comando e controlo. E, sempre, todos os dias, treino físico, com avaliação semestral das respetivas aptidões, vitais ao desempenho e à segurança no combate.

Quem não cumprir os mínimos em cada prova tem um mês para se preparar para segunda tentativa. Se falhar, perde o subsídio de risco durante seis meses, saindo do GIPS se não cumprir os mínimos em novos testes. O dia na 4.ª Companhia começa com o patrulhame­nto de vigilância e fiscalizaç­ão do cumpriment­o das normas legais sobre limpeza de matos junto a aglomerado­s e habitações. O GIPS colhe frutos das ações de sensibiliz­ação nas escolas e junto das populações, com o apoio das autarquias locais e até

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