Metade dos incendiários fica em prisão preventiva
Desde o princípio do ano autoridades detiveram 68 suspeitos. Ontem foram três, um deles surpreendido em flagrante delito Fogo na serra da Estrela dizimou 1700 hectares de terreno Reportagem: elite da GNR ataca incêndios florestais em 90 minutos
“O GIPS é uma vocação, muito amor à camisola”. O capitão Manuel Moreira, comandante da 4.ª Companhia do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro preparase para regressar à base quando o Sol se põe a caminho para lá dos montes e a tranquilidade envolve o Centro de Meios Aéreos (CMA) de Arcos de Valdevez.
Apesar das temperaturas elevadas – da ordem dos 30 graus – e do vento traiçoeiro, a equipa helitransportada de ataque inicial a incêndios florestais que acompanháramos só descolou para três missões, uma abortada e duas prontamente resolvidas.
“A nossa taxa de eficácia é de
Capitão
Sargento-ajudante 97%. Temos apenas 90 minutos para descolar do CMA, largar a equipa, atacar e regressar”, explica o oficial. Se o fogo ganhar amplitude, os militares do GIPS podem ficar horas a fio, dias inteiros – até “ao limite”. Como os bombeiros.
“O dia fácil foi ontem” é o lema da 4.ª Companhia, que cobre os distritos de Braga e de Viana do Castelo, com três centros de meios aéreos, em Braga, Fafe e Arcos de Valdevez. O lema do GIPS – “Se fosse fácil não era para nós” – pode soar como uma fanfarronice.
Entre os bombeiros, ainda há quem mantenha as reservas à criação desta força, em 2006. Mas, Manuel Moreira assegura que, pelo contrário, as relações são boas. “Um adversário une muita gente, mas o fogo une muito mais”. Afinal, têm missões diferentes.
Cabo
Guarda a segurança de bens em residências atingidas – “dupla valência: proteção e segurança”. Num incêndio, se forem detetados indícios de fogo posto, os seus elementos têm autoridade para isolar a área e desencadear de imediato a investigação, identificar e deter presumíveis autores.
Recrutados nos quadros da GNR, os seus elementos passam por uma formação intensiva no GIPS de seis semanas, em matérias como estudo e análise do comportamento do fogo, legislação, cartografia, combate com ferramentas manuais e intervenção helitransportado.
Ao longo do ano, recebem formação, instrução e treino naquelas áreas e noutras que seja necessária profundar, como transmissões, comando e controlo. E, sempre, todos os dias, treino físico, com avaliação semestral das respetivas aptidões, vitais ao desempenho e à segurança no combate.
Quem não cumprir os mínimos em cada prova tem um mês para se preparar para segunda tentativa. Se falhar, perde o subsídio de risco durante seis meses, saindo do GIPS se não cumprir os mínimos em novos testes. O dia na 4.ª Companhia começa com o patrulhamento de vigilância e fiscalização do cumprimento das normas legais sobre limpeza de matos junto a aglomerados e habitações. O GIPS colhe frutos das ações de sensibilização nas escolas e junto das populações, com o apoio das autarquias locais e até