Costa eleva fasquia e apela à maioria absoluta
O líder do PS admitiu, ontem, que em caso de vitória dos socialistas nas legislativas não quer depender “da Direita para mudar de política”. António Costa defendeu que o país precisa de “um Governo estável”, tendo apelado a uma vitória “inequívoca”, que se traduza numa “maioria absoluta”.
Quase um mês depois de ter deixado semelhante pedido em reação às declarações de Cavaco Silva, que alertou para os riscos de sair das eleições um Governo minoritário, o secretário-geral do PS afirmou-se revigorado para lutar por esse objetivo.
“O país precisa neste momento que nos empenhemos todos, que nos mobilizemos, e venho destas pequenas férias muito revigorado e empolgado para travar esta batalha e a ganhar. Não só de uma forma inequívoca, mas com a maioria absoluta que o país precisa para termos um Governo estável, sobretudo um Governo que não dependa da Direita para mudar de política”, afirmou, à saída do Palácio da Justiça, em Lisboa, após a entrega da lista dos 47 candidatos e cinco suplentes do PS pelo círculo de Lisboa.
Segundo Costa, a receita para a vitória passa por transmitir aos portugueses “o trabalho rigoroso feito durante meses” que se traduziu no programa de Governo socialista. “Aquilo que sinto que é o mais terrível de herança destes quatro anos de governação da Direita é a descrença que deixaram num país sobre o seu futuro. Temos de vencer essa descrença, não podemos perder esta geração”, disse, acusando a coligação Portugal à Frente de “não ser capaz de fazer diferente do que dar continuidade a um programa escondido”.
Horas depois, na SIC, onde classificou de “aselhice” o episódio dos cartazes socialistas de pré-campanha, que utilizaram falsos desempregados, Costa voltou a alertar para a necessidade da fasquia atingir 116 dos 230 deputados, para evitar interferências do presidente da República numa eventual gestão socialista e “impedir um PS vencedor”.