Jornal de Notícias

Circunvala­ção é a estrada mais perigosa do país

Marginal que liga Lisboa a Cascais e A5 também no topo das vias com pontos negros. Têm cinco troços com mais de cinco acidentes por ano

- Dina Margato dina.margato@jn.pt

A Estrada da Circunvala­ção, no Porto (EN12), a Marginal (EN6) – que liga Lisboa a Cascais –e a A5, autoestrad­a alternativ­a a esse percurso, estão no topo da lista das estradas com mais pontos negros em Portugal. Cada uma tem cinco troços onde se registaram mais acidentes com vítimas em 2014 (num total de 90, de que resultaram, contudo, apenas dois mortos), segundo a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR). Em segundo lugar surge o IC19 (Lisboa/Sintra), líder no ano anterior. Para os peritos, este número está aquém da realidade, muito graças ao conceito “redutor” de “ponto negro” utilizado em Portugal. Há cinco pontos repetentes na tabela (ver caixa).

Um ponto negro correspond­e a um lanço de estrada, com o máximo de 200 metros de extensão, onde se registam pelo menos cinco acidentes com vítimas, e cuja soma de indicadore­s de gravidade (calculada com base numa fórmula que tem em conta o número de mortos, feridos graves e leves) é superior a 20.

O relatório da ANSR identifica 52 pontos negros em 2014, menos seis do que em 2013, mas muito acima de 2012 e 2011: 33 e 26, respetivam­ente. Em vítimas, a caracteriz­ação de 2014 é idêntica à do ano anterior, com igual número de mortos (seis), 18 feridos graves (mais um do que no ano anterior) e 459 feridos leves (em 2013, foram 503). Em 2014, 483 pessoas ficaram feridas ou morreram em acidentes em “pontos negros”.

A lista destaca ainda os graves problemas de um dos troços do Eixo Norte-Sul (IP7, ao quilómetro 10,350 km), em Lisboa, palco de 21 acidentes. E aponta um elevado indicador de gravidade (calculado em função dos mortos e feridos graves) na A3 (ao km 2,5); na A8 (km 10,5); na EN118 (km 40,9); na EN125 (km 100,3); e na EN 6 (km 2,8). O sítio mais perigoso, com um índice de gravidade na ordem dos 154, está situado na Estrada Marginal, ao quilómetro 11,2.

A ANSR vai agora notificar as entidades responsáve­is pelas vias e proceder depois à inspeção dos locais. Será “feita uma recomendaç­ão e a regra é que as empresas acolham as recomendaç­ões”, declara fonte do organismo.

Manuel João Ramos, da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizado­s, lembra que “não existe em Portugal um mecanismo que faça auditorias independen­tes às estradas” , lamentado que permaneça a “aceitação de que pode haver pontos negros” nas estradas.

“Persiste a irresponsa­bilidade do Estado face aos cidadãos. Se o cidadão não tem a garantia do Estado que a via é segura, então está tudo errado”, diz, explicando que uma

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