Costa admite acabar com portagens no interior
PS Líder garantiu estar atento às zonas carenciadas em matéria de acessibilidades e de profissionais de saúde e acusou a coligação de ameaçar o modelo social
António Costa deixou, ontem, duas promessas no primeiro dia de campanha oficial: irá ponderar a eliminação de portagens e dar condições aos médicos que queiram fixar-se no interior. Ao fim do dia, garantiu que, ao contrário da coligação, não haverá com o PS “aventuras” com o Estado social e que só este partido pode “unir o país”.
Numa visita ao Centro Hospitalar da Covilhã, o líder do PS admitiu “eliminar” portagens no interior, zonas transfronteiriças e zonas de “particular afluxo turístico” como a Via do Infante, no Algarve. Disse, a propósito, ser “necessário fazer a reavaliação das obrigações contratuais que o Estado assumiu” em matéria de acessibilidades.
Já num almoço com apoiantes, acusou o Governo de criar uma medida para “eleitor ver”: o “tão anunciado sistema de incentivos para fi- xar médicos no interior do país”.
“Afinal, a famosa medida do Governo está só no papel”, criticou. E, para sustentar a ideia de que, na prática, “não existe”, contou que, “pelo menos em dois concursos que foram abertos, os médicos que se candidataram não beneficiaram desses concursos”.
Num Governo do PS, admite que a solução vá para além dos incentivos financeiros: “temos previsto o estabelecimento desse sistema”, mas “a fixação tem a ver com toda a oportunidade que os médicos possam ter de desenvolver a sua carreira” no Interior, referiu Costa.
“Se se alargar, na Faculdade de Medicina, a possibilidade das formações de especialidade, não afastamos os médicos que aqui têm a sua formação inicial. Se aproveitarmos todos o potencial desaproveitado neste hospital, isso ajuda à fixação”, explicou.
Costa voltou a acusar a Direita de ameaçar o modelo social. “A liberdade de escolha só existe quando quem não tem nenhum recurso pode encontrar” na escola, na Saúde e na Segurança Social “a proteção que encontraria se tivesse recursos para recorrer ao sistema privado. A liberdade é a liberdade dos fracos”, disse.
Já num comício à noite em Castelo Branco, contrapôs que, com o PS, não haverá “aventuras” ou “brincadeiras” e o Estado Social será preservado. No mesmo comício, disse que o seu partido oé o único com condições para “unir os portugueses”, falando com todas as correntes ideológicas desde a democraciacristã à comunista e juntando sindicalistas e empresários.