Construção quer “choque de investimento” de 40 mil milhões
Depois de uma “década perdida” e para recuperar “do défice de investimento” em construção, a Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário considera “urgente” executar “um choque de investimento”: 40 mil milhões de euros até 2020, que permitirão criar 210 mil empregos. “Grosso modo, metade dos que perdemos desde 2001”, diz Reis Campos, presidente da CPCI.
E de onde vem o dinheiro? Dos fundos europeus, de investimento estrangeiro e da criação de um fundo soberano. “Portugal precisa de investimento se quer vencer o desafio do crescimento e do emprego. Todos sabemos que não será através do Orçamento do Estado, mas só o Plano Juncker tem 315 mil milhões para apoiar investimentos estratégicos na economia europeia e essa é uma oportunidade que Portugal não pode perder”.
“Vencer o desafio do crescimento e do emprego” é como se designa o documento que a CPCI já entregou aos partidos políticos, na esperança que o tema seja tido em conta na campanha eleitoral. “A fileira da construção e o imobiliário contribui com 18% do PIB. E se, nos últimos anos, foi a principal responsável pelo aumento do desemprego – “perdemos 260 mil postos de trabalho nos últimos cinco anos e 430 mil desde 2001” – também é o setor que agora está a ajudar à re- toma. Precisamos de uma agenda a médio e longo prazo, alinhada pelos vários partidos e que não deve estar refém dos ciclos políticos”, defende Reis Campos.
Dos 40 mil milhões (MM€), a CPCI pretende que 20MM€ se destinem a investimentos em infraestruturas e equipamentos e 18MM€ à reabilitação urbana. Os restantes dois 2MM€ destinam-se a apoiar a internacionalização do setor.
Rei Campos explica que “o país deve estabelecer como metas alcançar um peso do investimento no PIB de 22%”, em linha com a União Europeia. “A construção e imobiliário corresponde a metade, o que nos dá um valor anual 6,6MM€. Até 2020 são 40 mil milhões”.