“PSD, CDS e PS querem ficar em roda livre”
CDU Jerónimo de Sousa denuncia “programa comum” da Direita e de socialistas para destruir apoios sociais
Jerónimo de Sousa acusou ontem o PSD, o PS e CDS-PP de terem um “programa comum” de “novos cortes” e “liquidação e desvalorização do conjunto das prestações sociais”. No arranque da campanha eleitoral da CDU, em Lisboa, o líder comunista alertou para as reais intenções do trio partidário: “querem ficar em roda livre e fazerem o que muito bem entendem”.
Num Coliseu cheio, Jerónimo avisou que “o que os portugueses podem esperar é uma modificação no sistema de Segurança Social penalizadora das pensões e das reformas com novos cortes e a liquidação e desvalorização do conjunto das prestações sociais”.
“Nesta matéria também o PS, PSD e CDS convergem. Uns dizem ‘mata’, com a sua proposta de corte imediato de 600 milhões de euros nas reformas em pagamento. Os outros dizem ‘esfola’, com a sua medida de redução da TSU e consequente desvalorização a prazo das reformas e pensões e da universalização da condição de recursos a todas as prestações sociais que significarão novos cortes nas prestações sociais de mais de mil milhões de euros”, disse o secretário-geral do PCP, acrescentando que “é este o seu programa comum”.
Segundo o comunista, uma “bipolarização política está em marcha”. “Isso viu-se no ambiente criado à volta dos debates entre Costa e Passos, transformados em duelos ao amanhecer e ao entardecer, decisivos de opções falsamente opostas”, garantiu, salientado que a coligação Portugal à Frente e o PS “querem vender a ideia que a única opção nestas eleições é escolher entre aqueles que têm a responsabilidade de ter conduzido o país para a crise e o colocaram à beira do abismo”. Concluiu que se trata de “escolher entre dois males”.
PS e Direita chamaram troika
Em palco com os parceiros da CDU – a líder parlamentar do Partido Ecologista Os Verdes (PEV), Heloísa Apolónia, e João Corregedor da Fonseca, presidente da Intervenção Democrática (ID) – garantiu que esta coligação não faz uso “de cargos públicos para garantir privilégios”.”Os nossos eleitos e deputados recebem de remuneração o mesmo que ganhavam nas suas profissões e empresas”, disse.
Quanto à troca de acusações entre PSD e PS sobre quem chamou a troika, sublinhou que “podem empurrar uns para os outros, dizerem e desdizerem tudo o que fizeram. Não podem apagar a sua comum responsabilidade nas feridas sociais que abriram”.
“Deem as voltas que derem à história, nada apagará as suas responsabilidades pelos cortes dos salários, das pensões e prestações sociais. Pelo ataque ao direito à saúde e à educação, pelo empobrecimento da cultura”, concluiu o líder do PCP, que não participou no desfile da CDU pelas ruas de Lisboa, antes do comício, apesar da sua presença ter estado prevista.