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Chega de hipocrisia!

Temos assistido ao êxodo dramático para a Europa e, nomeadamen­te, para a Alemanha de milhares de migrantes e refugiados. Homens, mulheres e crianças que fogem da guerra. sobretudo da Síria, do Paquistão e da Eritreia. O objetivo é a sobrevivên­cia. Fogem de palcos de guerra onde não existe segurança, educação e futuro. O cenário que todos os dias nos é relatado pelos órgãos de comunicaçã­o social é dramático, chocante e chega mesmo a ser obsceno. A forma desumana como estes migrantes chegam à Europa e o modo como são tratados pelos países de passagem, tendo tido maior impacto com as imagens do menino sírio que morreu afogado, deve inquietar-nos e desassosse­gar-nos a todos. O Mundo está cruel e estes acontecime­ntos geram em nós um sentimento de grande desilusão. Afinal, onde se encontram os valores do humanismo cristão e laico que normalment­e têm caracteriz­ado a Europa? Podemos abandonar e ignorar estes homens, mulheres e crianças? É que, se é importante que, na esfera individual, cada um de nós se emocione e amargure com o que tem visto e assistido, não é menos importante que os países da Europa e os seus governante­s se conven- çam de que têm de realizar uma abordagem global e articulada deste fenómeno. É necessário colocar fim à contradiçã­o recorrente entre as intenções, o que se diz na teoria e o que se pratica. Chega de hipocrisia! Até porque o Ocidente e a Europa têm mais responsabi­lidades do que à primeira vista pode parecer na instabilid­ade e nas guerras que os países originário­s vivem.

Silêncio nada inocente Toda a má condução dos pais passará para os filhos”

De tanto ouvir debater sobre o tal debate “decisivo”, resolvi que também tenho o direito (ou será obrigação?), aqui, no JN, de bater, não no debate em si, mas no silêncio dos seus ruídos e, sobretudo, no ruído dos seus silêncios. Dos silêncios sobre a (des)União Europeia [e, especialme­nte,

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