Jornal de Notícias

Neonazis atacam em Lisboa

Agressão Skinheads agrediram quatro pessoas e um sindicalis­ta foi hospitaliz­ado

- Cristiano Pereira cristiano@jn.pt

grupo de skinheads neonazis agrediu ontem pelo menos quatro pessoas na zona do Rossio, em Lisboa. As agressões ocorreram por volta das 18.30 horas, poucos minutos após o final do comício da CDU no Coliseu dos Recreios.

Um dos agredidos, um sindicalis­ta do Sindicato dos Trabalhado­res do Município de Lisboa, sofreu fraturas e hemorragia­s internas e à hora do fecho desta edição ainda estava no Hospital de São José.

Tudo se passou no início da Rua das Portas de Santo Antão, numa zona entre a famosa Ginjinha sem Rival e o Teatro Nacional D.Maria II. Uma testemunha contou ao JN que um grupo de sete ou oito cabeças-rapadas “muito robustos” e vestidos com t-shirts que diziam “Refugees not welcome” (”refugiados não são bem-vindos”) ia a passar pelo local “aos gritos e ameaças” quando alguém terá gritado “fascistas!”. Ato contínuo, os neonazis voltaram para trás e começaram, todos ao mesmo tempo, a agredir um homem que se encontrava no local. De imediato, algumas pessoas envolveram-se para tentar colocar fim às agressões mas pelo menos dois outros homens foram espancados.

A dada altura, um dos skinheads gritou “baza, baza!” e o gangue desatou a correr pela Rua das Portas de Santo Antão. Pelo caminho ainda agrediram pelo menos um idoso que exibia um autocolant­e da CDU.

A PSP esteve no local mas não conseguiu deter nenhum dos agressores, limitando-se a proceder à identifica­ção de algumas pessoas envolvidas na escaramuça. Testemunha­s ouvidas pelo JN garantem que um dos agressores terá voltado atrás para recuperar uma carteira que deixara cair – e que nessa carteira estava a identifica­ção de um guarda prisional. A PSP não confirmou esta informação.

O episódio de ontem coincidiu com a manifestaç­ão contra a vinda de refugiados convocada no Facebook por um “movimento apartidári­o Portugal unido”. Ao início da tarde, cerca de 50 pessoas juntaram-se em frente à Assembleia da República e era visível a presença de material com simbologia skinhead neonazi. Alguns elementos chegaram a fazer a saudação nazi enquanto cantavam o hino português.

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