diário da campanha:
Ana Martins Docente e investigadora em Psicologia
Criou-se a expectativa, no espaço político, de que já não seria possível fazer campanha sem medidas concretas nem quantificações. Errado: neste momento, o que se sabe é que o PSD/CDS, perante a “mão cheia de nada” que é o seu programa, se dedica a segmentar o programa do PS e a marcar a agenda mediática em função das propostas socialistas. E o melhor exemplo disso é que a coligação continua sem explicar como se propõe fazer, na Segurança Social, o corte de 600 milhões que acordou com Bruxelas. Ao invés, o último “assunto de campanha” é que o PS tem no programa algo que já fez no seu governo, sem levantar ultraje: condição de recurso numa prestação não contributiva (exemplo: RSI). E esta, hein?
Paulo Pinto Mascarenhas Consultor de Comunicação
Entalado entre a coligação PSD/CDS, a CDU e o Bloco de Esquerda, o PS ziguezagueia entre os apelos ao voto moderado do centro e as tiradas mais radicais, com promessas avulsas – ontem foi o fim das portagens na Beira Interior e na Via do Infante. A campanha arrancou oficialmente em dia de Porto-Benfica, mas convém que não se transforme numa cansativa guerra de claques. Até porque, com o empate técnico nas sondagens, Passos Coelho, Paulo Portas e António Costa estão condenados a entender-se.