Corte de mil milhões ameaça fornecedores
Volkswagen Governo reafirma que “não há sinais” de impacto na Autoeuropa
Mil milhões de euros por ano. Este é o corte que a Volkswagen (VW) vai aplicar na sequência do plano de eficiência ontem apresentado pela marca de Wolfsburgo. Plano que poderá ameaçar o futuro dos fornecedores da marca do grupo alemão, de acordo com os analistas contactados pelo JN/Dinheiro Vivo.
O Governo português - recordese – ainda não recebeu quaisquer garantias da parte do grupo alemão sobre a continuação do investimento de 677 milhões de euros na Autoeuropa até 2018.
“É perfeitamente possível que, através dos cortes, acabe por haver despedimentos e que os fornece- dores sejam afetados”, admite a analista-chefe do setor automóvel da BMI Research, Anna-Marie Baisden. Os cortes em investimentos considerados como não prioritários já tinham sido antecipados pelo líder do grupo Volkswagen, Matthias Müller.
Com o plano anunciado ontem, “a VW não deverá encerrar fábricas”, prevê Carlo Simongini, da consultora Focus2move. Já AnnaMarie Baisden detalha que estes cortes deverão afetar as despesas em áreas como o marketing e os patrocínios. A imprensa alemã adiantou já que a VW não vai renovar o patrocínio para a Taça da Alemanha de futebol a partir de 2016.
O plano ontem apresentado inclui também uma nova estratégia: a aposta é agora nos modelos híbridos e elétricos. Em 2017, a Volkswagen deverá comercializar pela primeira vez de série um modelo 100% elétrico. A honra caberá ao Phaeton, o topo de gama da fabricante de Wolfsburgo.
Pires de Lima sem sinais da VW
Sobre a Autoeuropa, o ministro da Economia, Pires de Lima, remeteu mais comentários do Governo para amanhã à tarde, depois da segunda reunião do grupo de trabalho que está a acompanhar o caso da manipulação das emissões poluentes.
Este grupo de trabalho, constituído por vários elementos do executivo e de instituições como a ASAE, a ICEP e o IMT, tem de apresentar o relatório final até 2 de novembro.