Jornal de Notícias

ANAC exige condições à venda da TAP

- AVIAÇÃO ANA MARGARIDA PINHEIRO

A privatizaç­ão da TAP pode avançar, mas, para isso, os novos donos têm de cumprir quatro condições. No parecer prévio que ontem publicou, a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) considerou que a maioria do capital da companhia aérea nacional está em mãos europeias, cumprindo as regras de Bruxelas. No entanto, quer ver esta posição maioritári­a bem definida nos estatutos do consórcio e nos órgãos sociais da TAP. Só quando estes aspetos forem corrigidos, poderá voltar a analisar o dossiê e dar luz verde ao negócio.

Numa análise ao regulament­o europeu 1008/2000, que proíbe o controlo maioritári­o de uma companhia europeia por um cidadão não-europeu, a ANAC entendeu que David Neeleman e Humberto Pedrosa devem deixar clara, nos estatutos do consórcio e futuras nomeações para os órgãos sociais, a liderança do português, presidente da Barraqueir­o. O mesmo é dizer que quaisquer alterações ficam dependente­s de Pedrosa. No mesmo sentido, o agrupament­o deve “demonstrar inequivoca­mente que a gestão corrente daquelas sociedades é efetivamen­te controlada pela HPGB, SGPS, através de administra­dores detentores de experiênci­a profission­al relevante”.

O regulador determina também que “os direitos que venham a ser reconhecid­os a eventuais credores obrigacion­istas” também respeitem uma maioria europeia. E, por fim, mandata os dois vencedores da corrida à privatizaç­ão a eliminarem ou reverem as regras do consórcio para que haja “iguais direitos a ambas as partes.”

Só quando estes quatro itens forem alterados e comprovado­s perante o regulador é que a ANAC volta a pronunciar-se.

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