Jornal de Notícias

Sistema a construir em três anos custará 101 milhões

- ESTUDO C.S.L.

A criação de um sistema intermunic­ipal autónomo de captação e de tratamento de água, capaz de servir 705 mil pessoas no Porto, em Gaia e em Matosinhos, ascenderá a 101,13 milhões de euros. O investimen­to será realizado ao longo de três anos, entre 2016 e 2018, e obrigará a constituir uma empresa intermunic­ipal que se financiará na banca. A amortizaçã­o será a 30 anos, ou seja, até 2046.

O estudo, encomendad­o à con- sultora Engidro pelas três autarquias, analisou três locais para fazer a captação: as albufeiras de Melres (descartada por ficar muito afastada), de Foz do Sousa (declinada por não ter capacidade suficiente para garantir um caudal de 175 mil metros cúbicos (m3) de água por dia) e de Crestuma-Lever.

Optou-se então por esta última albufeira e pela instalação da nova estação de tratamento num terreno da Empresa Municipal Águas do Porto em Zebreiros, no concelho de Gondomar. Havia outra possibilid­ade: a construção da estação na zona de Arnelas, em Avintes (Gaia), mas implicaria um investimen­to de 106,63 milhões de euros.

Comprar condutas

A solução de Zebreiros, 5% mais barata, obrigará a futura empresa intermunic­ipal a investir 67,38 milhões em novas infraestru­turas: 36 milhões serão afetos à construção de 30 quilómetro­s de condutas, 20 milhões à nova estação de tratamento de água, 6,16 milhões em estações elevatória­s e 2,89 milhões em três reservatór­ios.

Os restantes 33,75 milhões (da fatura total de 101 milhões) reservam-se para a aquisição de equipament­os tutelados pela Águas do Porto e pela Águas do Norte. São infraestru­turas que hoje só servem para abastecer os três concelhos. Daí que não faria sentido rasgar novas condutas ou edificar novos reservatór­ios a par daqueles que são usados pela Águas do Norte.

A avaliação da Engidro calcula que as três câmaras desembolsa­rão 27,78 milhões para ficar na posse dos equipament­os tutelados pela Águas do Norte (várias condutas e os reservatór­ios dos Congregado­s e de Pedrouços). Já a Águas do Porto entrará com um património avaliado em 5,9 milhões.

Nos três anos de construção do sistema, os proveitos serão nulos. A futura empresa apenas prestará serviço depois das infraestru­turas concluídas. A expectativ­a dos municípios é que o esforço financeiro beneficie de uma compartici­pação mínima de 25% de fundos europeus, embora, à data da execução dos seus equipament­os, a Águas do Douro e Paiva (cujo património foi integrado na Águas do Norte) obteve um apoio comunitári­o de 65%. Mesmo sem ajudas de Bruxelas, a concretiza­ção do sistema intermunic­ipal é viável. Mas esse apoio permitirá reduzir o preço da água.

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